Ex-diretor do Ipaam recebeu R$ 10 mil em propina no Amazonas, diz MPF
Manaus/AM - O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas com base em vídeo onde o ex-diretor jurídico do órgão aparece recebendo R$ 10 mil de propina em envelope para liberar a construção de uma usina hidrelétrica em Humaitá. A denúncia levou ao MPF a abrir investigação para apurar atuação do Ipaam na concessão de licenças ambientais a quatro geradoras de energia no Amazonas. O inquérito está associado com a operação Arquimedes.
A decisão de abertura da investigação foi do procurador Leonardo Galiano baseado na denúncia realizada por meio de um vídeo onde o secretário de meio ambiente de Humaitá, José dos Santos Torres Filho, aparece entregando R$ 10 mil ao então ex-diretor jurídico do Ipaam, Fábio Rodrigues Marques, em julho de 2018. De acordo com as imagens, ambos estavam em um hotel de Manaus tomando café quando José dos Santos passa um envelope para o diretor do Ipaam, fazendo lobby. O ex-diretor do Ipaam foi preso neste ano pela Polícia Federal.
De acordo com a portaria de abertura da investigação publicada nesta quinta-feira (18) no Diário Oficial Eletrônico do MPF, a Polícia Federal apontou que o dinheiro serviria para obter autorização de construção de uma hidrelétrica em Humaitá, que causaria grande impacto ambiental. Após o encontro, a licença foi cedida, diz o MPF.
Devido a essa denúncia, o MPF decidiu apurar todas as concessões de licenças ambientais autorizadas pelo Ipaam para as usinas geradoras de energia no Estado. As concessões para a V Power Telemenia SPE Ltda, Aggreko Energia Locação de Geradores Ltda, Oliveiras Energia Geração e Serviços Ltda e a Powertech Engenharia, Serviços e Locações de Geradoras de Energia, Máquinas e Equipamentos S/A serão investigadas.
Veja a portaria de abertura do inquérito:
Veja também
ASSUNTOS: Amazonas, humaitá, ipaam, Manaus, MPF, operação Arquimedes, Policia Federal, Amazonas