Humanização contribui na recuperação da saúde do paciente
Observar as reais necessidades dos pacientes e contribuir para o processo de cura e recuperação estão entre as premissas do atendimento humanizado, que tem práticas cada vez mais aplicadas nas unidades de saúde do Amazonas. Um dos públicos beneficiados pelos procedimentos de humanização é o das grávidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as gestantes devem ter suporte emocional e atenção à saúde, valorizando a humanização do tratamento e acompanhamento da gravidez.
Técnicas como pilates são utilizadas para trabalhar o corpo das mulheres - Foto: Michell Mello/Secom
De janeiro a agosto de 2019 a unidade realizou 1.873 partos normais, 1.694 cesáreas, 17.169 atendimentos na obstetrícia e 27.529 atendimentos ginecológicos. A cada atendimento, boas práticas e humanização ajudam as pacientes a responder melhor aos procedimentos clínicos. Entre as metodologias utilizadas estão placentografia, exercício com bola de pilates, banho morno, aromaterapia, massagem, musicoterapia, juramento do corte do cordão umbilical e a carta de óbito fetal, que ganhou visibilidade recentemente nas redes sociais.
As cartas são escritas para as mães que enfrentam a perda do bebê, por complicações de saúde ou no momento do parto. A narrativa em primeira pessoa sugere que o próprio filho ou filha está se despedindo da mãe. “A minha primeira experiência da cartinha do óbito fetal, eu estava do lado dela quando o bebezinho estava nascendo, eu segurei a mão dela. E no final ela falou ‘Muito obrigada, foi muito importante o teu carinho’. Já dá uma vontade de chorar. Elas ficam muito gratas, se impressionam e falam que não imaginavam que era assim no serviço público”, frisa Larissa Almeida.
Placentografia
Grávidas também são submetidas à placentografia, além do tratamento padrão para sua condição de saúde - Foto: Roberto Carlos/Secom
Outro procedimento utilizado nos atendimentos do Instituto da Mulher Dona Lindu é a placentografia. “É a gente fazer um carimbo da placenta. Depois que a placenta sai, a gente limpa e pinta com tinta guache, coloca no papel ofício e também escreve uma cartinha dizendo a hora que o bebê nasceu, quanto ele pesou, qual foi o dia, quem assistiu no parto, onde foi. É muito gratificante quando a gente vê o retorno da mulher que a gente faz um atendimento. Elas ficam agradecidas e falam que foi muito importante”, comenta a enfermeira.
Aos 19 anos, a estudante Kelleryssa Maciel, mãe de primeira viagem, veio da zona rural do município de Careiro da Várzea para ter o bebê em Manaus. No Instituto da Mulher, recebeu os cuidados da equipe de enfermagem e passou por alguns procedimentos de humanização.
Cuidados especiais
Os bebês prematuros ou que precisam de atenção diferenciada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal recebem os cuidados de uma equipe especializada. “Nós nos preocupamos desde o começo, desde o início, quando o bebê da entrada aqui com a presença dos pais, participando ativamente do processo de cura e melhora do bebê. Os pais têm entrada liberada aqui. Pai e mãe não têm horário de visita, eles têm livre acesso à UTI. Isso faz com que eles se adaptem melhor”, explica a pediatra Erika Loureiro.
Ela frisa que o estado emocional da mãe também é observado. “Nenhuma mãe espera ter bebê prematuro, nenhuma mãe quer que seu bebê fique internado um, dois meses. Então ela vem muito fragilizada e sensível. Quanto mais ela participar do processo, entrar na unidade e se acostumar com os procedimentos e com as pessoas, ela fica mais tranquila”, reforça Erika.
ASSUNTOS: grávida, maternidade, parto, pilates, placenta, saúde, Amazonas