Indústrias de Manaus apresentam propostas para enfrentar crise na Zona Franca
Manaus/AM - Grupo de indústrias da Zona Franca de Manaus (ZFM) define propostas para mobilizar recursos e competências e oferecer propostas de enfrentamento à crise desencadeada pela pandemia de coronavírus no País. As propostas devem ser encaminhadas à Presidência da República e ao governador do Estado do Amazonas.
O Comitê Indústria ZFM Covid-19 formado pelo Cieam, grupo de trabalho composto pelas principais lideranças da indústria como Fieam, Eletros e Abraciclo reuniu-se pela primeira vez na segunda, dia 23, em cooperação com a Secretaria de Estado e Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (Sedecti) para mobilizar competências e recursos, para como sociedade, enfrentar a crise do coronavírus que atinge o Amazonas e todo o País. As propostas apresentadas pelo setor produtivo da Zona Franca de Manaus serão levadas, por meio de uma carta cujo texto foi finalizado nesta terça-feira, 24, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ministro da Economia, Paulo Guedes e governador do Amazonas, Wilson Lima.
“Foi uma reunião muito proveitosa com a participação efetiva do secretário de Fazenda com o seu staff, o superintendente da Suframa, o defensor público do Estado, várias representações de classe do nosso Estado e do País; a Eletros representando a indústria do País como um todo, com muitos encaminhamentos, o governo do Estado juntamente com o governo Federal têm recursos para oferecer principalmente para a micro e pequena empresa”, avaliou o presidente do Cieam, Wilson Périco, em vídeo publicado em sua conta no Instagram.
Clique para baixar arquivoA carta
O documento reúne em 9 tópicos, propostas de medidas como, 1) Parceria do Estado com o Setor Privado: produção de equipamentos médico-hospitalares e de medicamentos em larga escala, o suficiente para fazer frente ao surto do coronavírus no Brasil, buscando minimizar os efeitos adversos desta doença sobre a saúde pública. Intensificar programa de compras governamentais em condições emergências destes produtos.
Os demais pilares abordam entre as sugestões, manutenção de emprego e da renda das famílias brasileiras, flexibilizações de legislações para efeitos de conformidade nas áreas trabalhistas, inclusão do Programa de Proteção do Emprego e Renda dos Trabalhadores (Pró-Emprego), alinhamento de recolhimento de tributos, política monetária, bolsa-família e seguro desemprego ampliados, por exemplo.
“O surto do coronavírus vem provocando desorganização na cadeia de produção global, com interrupção de suprimentos de bens e serviços e com consequente queda na confiança das famílias e empresas. Organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a OCDE já projetam risco elevado de recessão global.
O governo federal iniciou sua reação com anúncio de algumas medidas econômicas, pretendendo irrigar a economia com montante próximo a R$ 180 bilhões; o Banco Central do Brasil tomou decisão de reduzir a taxa Selic para 3,75% ao ano e de abrir programas de vendas de dólares.
Entendemos que as medidas estão na direção correta, mas achamos que, dada a gravidade que vem tomando a crise econômica e seus cenários para o curto e o médio prazos, avaliamos, contudo, que é preciso fazer mais.
Estamos considerando que o período mais crítico do surto do coronavírus no Brasil terá duração de 3 (três) a 6 (seis) meses, entre março a agosto, e de que seus efeitos mais agudos sobre a economia seriam também de mesma duração.
Neste sentido, estamos recomendando que Governo Federal anuncie imediatamente medidas econômicas de larga escala.
Entendemos a importância em preservar a solidez fiscal, mas definitivamente estamos vivendo momentos extraordinários que requer decisões não usuais”, diz preâmbulo da carta.
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