Irreverente, Bloco das Piranhas celebra 40 anos no domingo de carnaval
Em 2020, o Bloco das Piranhas acontecerá no dia 23 de fevereiro, a partir das 15h, com várias atrações confirmadas: Guto Lima, Uendel Pinheiro, Wanessa Alzier, Denis Salvador, Banda Impakto, Banda Marrakesh, Xiado da Xinela e Banda Bates compõe o time que vai animar a festa durante 11 horas. Os DJs Luciano Matheus, Layla Abreu, Saymonn Martins, Adriano Brito, Sama e Saymo também marcarão presença.
O Bloco promete oferecer segurança, atendimento médico, alimentação, banheiros suficientes e sinalização, garantindo conforto e comodidade.
Os ingressos estão disponíveis na Via Uno do Amazonas Shopping, Manauara, Sumaúma e Grande Circular. na bilheteria da Arena Amadeu Teixeira e no link www.ingressofly.com, com preços a R$ 10 (primeiro lote), R$ 15 (segundo lote) e R$ 40 (área vip).
História de um dos maiores blocos de Manaus
Há 40 anos, no Carnaval de 1981, um grupo de rapazes que moravam no bairro Parque Dez de Novembro, zona centro-sul de Manaus, resolveu criar um bloco sem grandes pretensões, tendo a irreverência como principal inspiração. Surgiu ali o evento que, nas décadas seguintes, se tornaria o maior carnaval de rua de Manaus, o Bloco das Piranhas.
O grupo pediu passagem e conquistou o público amazonense. Jovens e adultos de todas as classes sociais aderiram à festa e fazem hoje o mais genuíno carnaval de rua de Manaus. O formato resgatou o antigo espírito da folia manauara, quando o centro urbano servia de salão e passarela para os mais debochados foliões da cidade.
Com o passar dos anos, o evento foi conquistando cada vez mais público e espaço, o que lhe rendeu presença garantida no calendário carnavalesco local. Devido ao aumento do número de brincantes, o Bloco saiu do Parque Dez e ganhou espaços como Manaus Show Clube, Aeroclube de Manaus, o estacionamento do antigo estádio Vivaldo Lima e o Sambódromo. Desde 2018 a festa acontece no Podium da Arena da Amazônia.
Divulgação
Entre as situações curiosas que marcaram a trajetória das Piranhas, Marcos cita os grupos de foliões que voltavam a pé para casa, formando uma espécie de procissão. Não raro, muitos brincantes vestiam roupas pela metade, como vestidos, minissaias, biquínis e acessórios “emprestados” de suas mães ou esposas.
Era o caso do ex-brincante Ocilon Dutra, que utilizava tinta guache e spray para produzir suas fantasias, cujo serviço contava com o auxílio de uma figura um pouco inusitada para a época. “Certa vez, algumas pessoas abordaram meu pai na rua para avisá-lo que o filho era a rainha do Bloco das Piranhas. ‘Tranquilo’, ele respondeu. ‘Eu o ajudo a vestir as fantasias’”, diverte-se Ocilon. Na opinião do ex-brincante, o Bloco representou um foco de resistência contra o machismo e preconceito.
“Antigamente, os blocos desciam nas escolas de samba. Somos a mãe do carnaval de rua de Manaus e inspiramos outros grupos”, declara, sem falsa modéstia, o diretor Elizeu Bacelar. “Muita gente se conheceu lá e acabou casando. Outros amigos se foram, mas os que ficaram continuam nos incentivando”.
Foi o estímulo de admiradores de simpatizantes que, mesmo com dificuldades, inspirou o grupo a seguir em frente, sinal de confiança no trabalho dos realizadores. “É o momento de agradecer ao público por todo o crédito ao longo desses 40 anos de existência”, reconhece Bacelar.
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