Monitoramento ajuda a proteger mamíferos ameaçados de extinção em Manaus
Manaus/AM - Diversos fatores externos, como as mudanças climáticas ou a ação do homem no meio ambiente, podem afetar o aparecimento ou desaparecimento de espécies da fauna e flora. Com o objetivo de acompanhar estas transformações, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) realiza o monitoramento da biodiversidade em 22 Unidades de Conservação (UC) estaduais.
Nas reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista e na RDS do Rio Negro, ambas geridas pela Sema, as câmeras instaladas nestas áreas protegidas registraram espécies ameaçadas de extinção, como onças-pintadas e tamanduás-bandeira.
O trabalho nas duas unidades é realizado em parceria com os grupos de pesquisa em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).
Metodologia
No trabalho, são monitoradas aves, mamíferos, plantas e borboletas em três estações amostrais (trilhas) na RDS Puranga Conquista. São oito câmeras espalhadas pela reserva. As aves e mamíferos são monitorados durante 10 dias em três trilhas de 5 quilômetros. Já o acompanhamento das borboletas é feito durante sete dias da estação seca e sete dias da estação chuvosa. A coleta de informações para as plantas é realizada a cada cinco anos.
Já na RDS do Rio Negro, foram instaladas 70 câmeras em torno da unidade de conservação pelo período de 60 dias. O trabalho é feito contratando moradores da reserva para atuarem na instalação e acompanhamento das câmeras.
O programa de monitoramento conta com recursos do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), financiado pelo Fundo Amazônia. A metodologia utilizada faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A atividade é realizada em 22 unidades de conservação do Estado, com a capacitação dos moradores das reservas para o acompanhamento da fauna e flora local.
Importância da UC para preservação das espécies
As unidades de conservação são uma das maneiras de garantir a conservação da biodiversidade amazônica. No Brasil, existem mais de 12.256 espécies, sendo 732 mamíferos, 1980 aves, 732 répteis, 973 anfíbios e 4.507 peixes. Destes, cerca de 1.173 animais estão na relação de espécies ameaçadas de extinção, de acordo com a lista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Alguns dos animais que foram registrados no monitoramento da pesquisadora do Inpa e pelos comunitários das unidades, como a onça-pintada e gato-maracajá, figuram entre os animais que estão na lista de risco de desaparecer da natureza.
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