Vereadores cobravam até R$ 8 mil em propina por projeto em Iranduba, diz MP
Manaus/AM - O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) apresentou os resultados da operação Avaritia, deflagrada nesta quinta-feira (8), que resultou na prisão de dois vereadores de Iranduba. A investigação que iniciou no final de dezembro de 2018, atestou a existência de um grande balcão de negócios praticado por organização criminosa na Câmara Municipal de Iranduba, com os parlamentares cobrando entre R$ 5 mil a R$ 8 mil pela aprovação de projetos de lei.
O promotor Cláudio Tanajura, responsável pela investigação, afirma que a cobrança de propina não foi praticada apenas pelos dois vereadores presos hoje. “Não somente eles são a laranja podre, há diversos outros vereadores envolvidos”, disse. De acordo com o promotor, as prisões de hoje ocorreram para evitar a contaminação e destruição de provas.
"A prisão tem objetivo de evitar a contaminação de provas. Se verificou que esses dois vereadores poderiam criar obstáculos para as investigações. Tanto que se verificou que um deles tinha uma arma de fogo em sua casa. O outro, quando viu a chegada da polícia, jogou o celular dentro do vaso sanitário como uma forma de destruir a prova”, justificou Cláudio Tanajura.
O promotor explicou que o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Amazonas (Gaeco), agora inicia uma nova fase das investigações para análise dos materiais apreendidos e de ouvir as testemunhas para avançar e apresentar denúncias contra os demais vereadores envolvidos na organização criminosa.
O Gaeco acredita que inicialmente os valores adquiridos pelos vereadores com a cobrança de propina seja entre R$ 50 mil a R$ 80 mil, mas esses valores devem ser atualizados com o aprofundamento das investigações.
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