Empresas têm até março para se adequarem às normas de segurança do trabalho em altura
Os acidentes de trabalho custam ao Brasil, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), um valor aproximado de R$ 71 bilhões por ano, o que representa cerca de 9% da folha salarial anual dos trabalhadores do setor formal no país, que é de R$ 800 bilhões. O setor de construção civil é o recordista no número de mortes por acidentes de trabalho e, muitas delas, num tipo de atividade onde qualquer falha nas normas de segurança é fatal, o trabalho em altura. No sentido de mudar esse quadro, o Ministério do Trabalho e Emprego fechou mais ainda o cerco às empresas que não cumprem as normas de segurança. Além das Normas Regulamentadoras (NRs) que já existiam (6,7,9 e 18), decidiu criar, no ano passado, a Norma Regulamentadora nº 35, Lei específica para normatizar o trabalho em altura. O prazo para adequação das empresas a essas normas já é em março deste ano. O não cumprimento das regras vai impor aos empresários a paralisação dos serviços e multas que podem atingir valores de até R$ 100 mil.
No sentido de levar aos empresários de Manaus o conteúdo da recém criada Norma Regulamentadora 35 e como se adequarem às normas de segurança do trabalho em altura, está sendo realizado, nesta quinta-feira (24), no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), o 1º Workshop de Segurança em Altura, realizado por empresas do setor, como Altiseg Segurança em Altura, FM Alpinismo Industrial, com apoio do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM) e da Fieam. Faz parte da programação, palestrante da Superintendência Regional do Trabalho: “Norma Regulamentadora 35”, palestrante da FM Alpinismo Industrial: “Trabalho em Altura e Capacitação de Profissionais”, e palestrante da Altiseg Segurança em Altura: “Equipamentos para Trabalhos em Altura-Qualidade, Certificações e Manutenção”.
As empresas vão distribuir material informativo sobre segurança no trabalho em alturas, inclusive uma cartilha ilustrada com o teor da NR 35. A participação no workshop é gratuita. Maiores informações pelos telefones: 3664-2999 e 3664-3258.
Resgate aéreo
E para quem acha que é algo simples, mero cumprimento de regras, para garantir a segurança nas alturas, o nível de formação dos profissionais dessa área, que estarão no Workshop, já mostra a complexidade do assunto. Edvaldo Oscar Batista Salomão trabalhou, durante 30 anos, na Força Aérea Brasileira, atividade de salvamento e resgate, e traz em seu currículo 20 missões de resgate em acidentes com aviões e helicópteros e missões de resgate em enchentes ocorridas em outros Estados, e até outros países. Já Arthur Jorge da Silva Freitas é turismólogo e alpinista há 20 anos, tendo participado, inclusive, de projetos federais.
“Um simples erro na amarração em um ponto de ancoragem (ponto de amarração do cabo de segurança onde o trabalhador irá descer) pode significar a perda de uma vida”, explica Arthur, tentando mostrar como é importante não só a teoria, mas a prática do alpinismo industrial. “Para trabalho em altura, os trabalhadores têm que ter um mínimo de conhecimento em resgate em altura e primeiros socorros para poder socorrer um companheiro e até mesmo se salvar”, diz Salomão. Eles lembram ainda o quanto é amplo, atualmente, este setor de trabalho em altura, já que além da construção civil, há ainda os serviços em torres de prospecção da Petrobrás, torres de empresas de telecomunicações e muitos outros.
“E só analisar os acidentes que vai ficar visível que sempre estão incluídos 3 fatores, utilização incorreta do EPI (Equipamento de Proteção Individual), falta de capacitação e falta de supervisão, onde o próprio técnico de segurança do trabalho da empresa,muitas vezes, nem conhece o equipamento, e por isso, não supervisiona se o trabalhador está utilizando corretamente”, comentam os instrutores.
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ASSUNTOS: Amazonas, segurança do trabalho em altura, Amazonas