O PASSE DE HENRIQUE, QUANTO VALE?
Henrique Oliveira (PR), terá que administrar um capital político que é volátil. E fugirá ainda mais do seu controle se escolher o lado errado ou arriscado no segundo turno. A tendência desse capital é se evaporar, no curtíssimo prazo, caso o parlamentar não perceba que os 156 mil votos que obteve nas urnas não lhe pertencem. Foi um investimento momentâneo do eleitor, que pode ter planos para o segundo turno. Neste caso, não pesaria o apoio do deputado a nenhum dos dois candidatos mais bem avaliados.
O eventual apoio ostensivo de Henrique a Vanessa ou a Artur comporta riscos: um deles, é que optando pelo candidato (a) que eventualmente venha a perder as eleições, caberá ao deputado dividir com o perdedor(a) o ônus da derrota, e provavelmente terá decepcionado os eleitores que apostaram nele no primeiro turno.
Henrique terá que escolher - e provavelmente fará isso por todo o dia de hoje ou talvez já tenha feito - entre manter seu projeto de poder, costurado a partir do primeiro turno da eleição deste ano, ou optar por um desfecho prematuro, em que sacrificará, em nome de interesses imediatos e que não são seus , um prestígio que as urnas lhe conferiram e que não pode ser transferido, sob o risco ser transformado em simples vapor.
Raimundo Holanda
NULLASSUNTOS: Editorial