Porões do DNPM em Manaus guardam tesouro avaliado em R$ 40 milhões
Uma fortuna estimada em R$ 40 milhões é mantida desde os anos 80 nos porões do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), que fica na Avenida André Araújo, no Aleixo, Zona Centro Sul da cidade. Trata-se de 80 toneladas de tântalo, além de 8 toneladas de ametista, apreendidos pela Polícia Federal (PF) e entregues ao DNPM nomeado pela Justiça Federal como fiel depositário.
Até que sejam levados a leilão, os minerais continuam pertencentes à Justiça Federal e não ao DNPM como a princípio possa parecer.
Fontes ligadas ao Departamento Nacional da Produção Mineral asseguram que o processo que trata da destinação dos produtos ainda tramita na Justiça Federal – logo sem previsão para sair dos porões do DNPM.
Cotado no mercado internacional a razão de R$ 500,00 o kg, a manutenção de 80 toneladas de tântalo nas dependências de um órgão que não dispõe de qualquer estrutura de segurança sempre representou ameaça iminente para os representantes da instituição.
“O tântalo é um minério altamente cobiçado não só pela cotação do produto no mercado internacional, mas também pelo valor que representa às indústrias de aparelho celular, leptop, entre outros”, destaca a fonte do Portal. Deste modo, não estamos isentos de uma surpresa desagradável. Em outras palavras: o DNPM pode, sim, ser invadido por assaltantes interessados no mineral”, diz a fonte, que pede sigilo.
No Amazonas, o tântalo, conforme revelou um dos técnicos do DNPM, que pediu para nãos ser identificado, é encontrado praticamente em toda a região do Rio Negro, sobretudo, em áreas de reserva indígena.
Lá, segundo o técnico, até hoje o mineral é explorado e contrabandeado para a Colômbia, destacando que, o ouro e tântalo contrabandeados pelo índio da região só engrossam as estatísticas de produção mineral da Colômbia.
Em agosto do ano passado, conforme lembrou o técnico do DNPM, a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas realizou em São Sebastião da Cachoeira, região do Alto Rio Negro, audiência pública primordialmente para discutir a questão mineral na região.
Por ocasião do encontro ficou comprovada que a prática do contrabando do ouro e do tântalo e de outros minérios, extraídos pelo índio para a Colômbia, é uma realidade. “Foi da boca do índio que ficou comprovado tudo o que já sabíamos. Ou seja, que o nosso mineral é contrabandeado simplesmente porque o Congresso ainda não regulamentou a lei de mineração”.
“Os índios fizeram questão de dizer que vendem, sim,o mineral para a Colômbia – pratica que lhes garante escola para os filhos e outros benefícios que dependem de dinheiro”.
Em algumas regiões do Rio Negro, como no Rio Içana, por exemplo, a ocorrência do tântalo é de tamanha ordem que permite a sua extração com o uso de uma simples picareta. “Somente na oca de um único índio constatei a existência de um metro cúbico de tântalo, correspondente a sete toneladas, guardados. Isso significa que na casa de um índio, que só come peixe como farinha, tem R$ 3,5 milhões guardados.
De acordo com a literatura, o tântalo está nos capacitores dos computadores, na bateria do seu celular, e ainda é usado em superligas para produzir peças de motores a jato, mísseis e reatores nucleares..
Diz a literatura, ainda, que, quando combinado em ligas, ele vira um material de alta resistência – bastante adequado para aplicações potentes, como em gasodutos e na indústria aeroespacial. Ele também é usado em equipamentos médicos e implantes cirúrgicos.
A Vila de Pitinga, em Presidente Figueiredo, no Amazonas, é responsável por 40% da produção nacional de tântalo.
A reportagem tentou falar na sexta-feira com o superintendente do DNPM, Fernando Burgos, mas o mesmo não foi encontrado. A reportagem foi informada de que no órgão não haveria expediente. Motivo: desratização da sede da instituição
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