Quatro nomes e a mesma agressora
Briga no estacionamento de um condomínio em Manaus, que resultou em agressão física e tentativa de assassinato, chegou até ao Jornal Nacional da TV Globo, neste sábado 19, com exibição do vídeo em que a esposa de um policial aparece batendo numa babá e atirando num advogado. Fato ocorrido na última sexta-feira à noite (ela teve prisão em flagrante convertida para preventiva, ainda na tarde de ontem). O caso teve ampla cobertura da mídia do Amazonas durante todo o dia e início da noite, quando a Justiça mandou prender o policial civil Raimundo Nonato Machado, marido da agressora.
Conforme registrado pelas câmeras de segurança do prédio, Nonato não apenas incentivou a esposa para bater na babá (“bate a cabeça dela! Na cabeça dela... Bate. Quebra a cara dela”), mas também repassou a arma usada para atirar no advogado Ygor Colares, que tentou livrar a babá das agressões. Nas primeiras notícias sobre o caso, não se sabia o nome da babá, o motivo da confusão e nem o nome correto da agressora. A coluna verificou que o seu prenome foi grafado de quatro formas: Juçana, Jussana, Jussara e Juçara. Sobrenome: Machado (ou Oliveira Machado).
A coluna fez a verificação em seis veículos de comunicação: Portal do Holanda, Portal Amazonas Atual, jornal A Critica, jornal Diário do Amazonas, jornal Amazonas em Tempo e G1.Globo. No Diário do Amazonas, por exemplo, pode-se ler os nomes Juçara e Juçana, na mesma reportagem. Igual aconteceu no Portal do Holanda. Na matéria “Justiça manda prender policial que entregou arma para mulher atirar em advogado em Manaus”, publicada às 20h30, o início do texto diz que a esposa é Jussana Machado. Mais um pouco e a mulher é chamada de Juçana Machado. Nas demais publicações sobre o caso, o Portal alternou: Juçana e Jussana.
No que pode ser verificado, o restante ficou assim:
. A Crítica - Jussana
. Amazonas em Tempo - Juçana
. Amazonas Atual - Jussana
. G1.Globo - Jussara
BABÁ FICOU SEM NOME O DIA INTEIRO
Tão logo foram divulgados o caso e o vídeo, apenas era citado que a mulher agredida era babá (no chão, levou socos e coronhada na cabeça). Depois veio a informação de que tinha 40 anos. Nada de nome e nem o motivo do que poderia ter resultado em tragédia. E o advogado que apareceu para defender a babá e acabou baleado? Num certo momento, alguém falou em tentativa de homicídio “contra a vítima e sua babá”. Mais algumas matérias e o público ficou sabendo que a mulher era babá do filho do advogado. Aí veio o Jornal Nacional e deu o nome da babá: Cláudia Gonzaga Lima.
Ainda durante o dia, informações sobre os motivos da confusão: Juçana/Jussana/Jussara/Juçara e Cláudia vivem às turras e não é de hoje. A primeira acusaria a segunda de difamação. O Portal do Holanda publicou seis matérias sobre o caso. Uma delas, intitulada “Briga entre esposa de Policial Civil e babá em Manaus pode ter sido motivada por fofoca”, traz exatamente essa versão. Agora, talvez, só falta saber o nome de batismo da atiradora (sim, ela atirou nas pernas do advogado).
ASSUNTOS: Ombudsman