'Spotlight’ vence Oscar de Melhor Filme e ‘Mad Max’ leva 6 prêmios
"Spotlight: Segredos Revelados" venceu no domingo o Oscar de Melhor Filme do ano, em uma cerimônia marcada pela polêmica sobre a falta de diversidade em Hollywood e na qual Alejandro González Iñarritu entrou para a história.
"Spotlight: Segredos revelados", dirigido por Tom McCarthy, conquistou o prêmio mais importante do cinema americano por lembrar como o jornal The Boston Globe trouxe à tona há mais de 15 anos os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica.
"Este filme deu voz aos sobreviventes. E este Oscar amplifica sua voz, o que esperamos que se converta em um coro que ressoe e chegue até o Vaticano", declarou Michael Sugar, um de seus produtores, no palco do teatro Dolby.
"Papa Francisco: é tempo de proteger as crianças e restaurar nossa fé", acrescentou.
A investigação, que recebeu em 2003 um prêmio Pulitzer, descobriu que a Igreja escondeu de forma sistemática os casos de pedofilia de quase uma centena de padres e que um grupo de advogados os acobertou.
"Spotlight: Segredos Revelados" também conquistou o prêmio de Melhor Roteiro Original.
Iñarritu foi o outro grande protagonista da noite. Apesar de ter perdido o Oscar de Melhor Filme, entrou para a história de Hollywood graças a "O Regresso", uma história de sobrevivência e vingança ambientada na conquista do Velho Oeste que explora os limites do espírito humano.
O cineasta se tornou o terceiro diretor capaz de ganhar duas estatuetas consecutivas, se igualando a John Ford e Joseph L. Mankiewicz. No ano passado recebeu o prêmio por "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)".
"O Regresso" também coroou a carreira de Leonardo DiCaprio, que conquistou o primeiro Oscar de sua carreira.
Derrota de Rocky
A derrota de Sylvester Stallone foi uma das maiores surpresas da noite. Todos acreditavam que levaria para casa o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em "Creed", onde voltou a interpretar o boxeador Rocky Balboa.
Mas o britânico Mark Rylance acabou recebendo a estatueta por sua interpretação em "Ponte dos Espiões", o filme sobre a Guerra Fria dirigido por Steven Spielberg.
Do lado feminino, a sueca Alicia Vikander levou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante, como era esperado, por "A Garota Dinamarquesa", onde dá vida à esposa do pintor dinamarquês Einar Wegener (Eddie Redmayne), uma das primeiras pessoas a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo.
"Quero dedicá-lo ao meu avô, que me inspirou esta história", declarou seu cineasta, Gabriel Osorio. "Viva o Chile!", gritou o co-diretor, Pato Escala.
Já o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro foi para o húngaro "O Filho de Saul", ambientado no horror do campo de concentração de Auschwitz.
Aplausos e muita crítica
O evento teve referências constantes à falta de diversidade na indústria do entretenimento, diante da ausência de indicados negros nas categorias principais pelo segundo ano consecutivo. Seu apresentador, o humorista Chris Rock, não desperdiçou nenhuma chance de se referir à situação vivida pela indústria do entretenimento.
"Estou no Oscar da Academia, também conhecido como o prêmio dos brancos. Percebem que se indicassem os anfitriões eu não teria conseguido esse trabalho?", se perguntou.
O evento foi palco de momentos emocionantes, como o aplauso recebido pelo maestro italiano Ennio Morricone, que aos 87 anos recebeu seu primeiro Oscar por compor a música do western "Os Oito Odiados".
Lady Gaga, que perdeu o prêmio de Melhor Canção para Sam Smith, colocou o teatro Dolby de pé ao interpretar "Til It Happens To You" acompanhada de vítimas de agressões sexuais em campus universitários.
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