‘Era tudo pra mim’, diz esposa de motorista morto em operação do Grupo Fera
Manaus/AM - A esposa do motorista Sérgio Fragoso Monteiro, de 50 anos, morto na última sexta-feira, conversou com o Portal do Holanda sobre o caso em que acusa o “Grupo Fera” da Polícia Civil de matar Sérgio por engano durante a Operação ‘Coalizão pelo Bem’, que visava prender criminosos envolvidos nos ataques em Manaus e no interior entre os dias os dias 5 e 8 de junho.
A viúva conta que Sérgio era um homem honesto e trabalhador, além de ser um bom marido e o seu melhor amigo. “Meu marido era um homem maravilhoso. A gente tava casado há 30 anos, uma vida a gente construiu. Ele me deu três filhos lindos. Me deu agora a minha netinha, que nasceu agora. E mais um netinho que ele tava tão ansioso de conhecer o netinho dele… Mas não teve tempo, infelizmente tiraram essa oportunidade que ele tinha de vida.”, disse ela.
“Ele era um homem maravilhoso, trabalhador, pai de família, vivia para trabalhar e pra família. Saía pra trabalhar, voltava pra casa, no final de semana ele ficava comigo, a gente saía. Era um homem da família mesmo, trabalhador, honesto, íntegro. Não tinha nada que desabonasse a conduta do meu marido, nada. E vai me fazer muita falta, porque ele era tudo pra mim, tudo”, afirmou, sem conseguir segurar o choro.
“Tudo a gente fazia junto, a gente saia junto, ele fazia compra junto, tudo ele ia comigo, me acompanhava em todos os lugares que eu ia, a gente ia pra igreja junto. Então tiraram de mim a única pessoa que eu tinha, o meu companheiro, o meu amigo...”, seguiu, chorando mais uma vez.
Na conversa com o Portal do Holanda, a viúva de Sérgio também falou sobre a alegação da Polícia Civil, que em nota, afirmou que Sérgio era pai de um traficante: “O meu filho foi acusado alguns anos atrás por envolvimento com tráfico de drogas e foi preso por uns três meses. Soltaram ele e investigaram o caso, e há pouco tempo ele foi absolvido e inocentado. Eu queria saber o motivo de virem com essa acusação agora se ele foi inocentado”, disse. “O meu filho trabalha com compra e venda de carro, ele tem a vida dele, a família dele e pra sobreviver, ele compra e vende ferro e carro. Ele sempre trabalhou assim, comprando e vendendo, pra poder sobreviver. É isso que eu sei”, afirmou ela.
A viúva explicou ainda que o filho que a polícia acusa de ser envolvido com o tráfico não mora na casa dos pais, onde Sérgio foi morto pela polícia. “Ele [filho] não mora aqui, meus filhos todos já casaram, têm a vida deles. Já faz um tempo que ele deixou de morar aqui. Só quem mora aqui é meu esposo, ele vem me visitar mas ele não mora aqui.”.
A mulher diz ainda que o marido, Sergio, nunca teve nenhuma arma, e afirma que em nenhum momento a equipe policial que arrombou sua casa informou que era da polícia. "Vieram pra executar, mesmo", acusa.
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