Manaus/AM - Marcelo Soares de Almeida, que morreu durante um confronto com a polícia nessa terça-feira (25), não só estuprou e engravidou a sobrinha de 13 anos, como também violentou ao menos outras cinco crianças no município de Urucará.

“Chegou a denúncia para nós que um crime de estupro havia ocorrido no município, no decorrer das investigações constatamos que ele era perigoso, costumava andar armado e além dessa vítima, tinha feito outras cinco outras crianças vítimas de crime sexual”, diz o delegado Mateus Imperatriz Moreira.

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Marcelo era casado com a irmã da mãe da garota e aproveitou o momento em que ela estava sozinha no município para cometer os abusos. A partir daí, os estupros se repetiram e a vítima passou a ser ameaçada para não revelar nada à família.

“A mãe dessa menina precisou vir para Manaus para fazer um tratamento de câncer e ela ficou sozinha na comunidade e nesse momento, ele é se aproveitou e praticou o estupro que resultou na gestação dessa criança”, afirma Mateus.

O homem era um traficante perigoso e atuava como uma espécie de entreposto de apoio do crime organizado no envio de drogas do Amazonas para o Pará. Os transportadores paravam no município, entregavam parte da droga para ser comercializada por Marcelo e em troca recebiam suprimentos para seguir viagem rumo ao estado vizinho. Por conta disso, o homem já estava no radar dos investigadores e vinha sendo monitorado.

"Os carregamentos de droga vinham da região de fronteira do Alto Solimões, geralmente em lanchas blindadas, naquela escolta armada e paravam naquela localidade, na comunidade onde ele residia, para fazer a última parada antes de ir para o Estado do Pará e seguir viagem. [...] Então, nesse local, ele recebia uma parte da droga que ficava no estado do Amazonas e ele fornecia suprimentos, alimentação, água, combustível, reparos mecânicos da embarcação, para que esses traficantes conseguissem seguir viagem", continuou. 

Eram nesses momentos que ele também costumava aproveitar para atacar e estuprar as crianças. Ao menos cinco casos, além da sobrinha dele, já foram registrados até agora.

“Ele causava um grande temor porque ele andava ostentando arma de fogo, ameaçando pessoas. Recebemos informações inclusive de que algumas pessoas que trabalhavam para ele alguns vieram a óbito provavelmente por homicídio praticado por ele. Além disso ele costumava fazer festas na comunidade, distribuía dinheiro para tentar ganhar alguma simpatia. Por outro lado, ele causava temor, ameaçava e estuprava, de forma costumaz, muitas crianças daquela localidade. Nós já identificamos cinco vítimas violentadas por ele”.  

O delegado Paulo Mavignier pede que as vítimas denunciem e esclarece ainda que todos os casos serão investigados porque pelo menos em um dos abusos, Marcelo não agiu sozinho.

“Existe suspeita de mais cinco casos de meninas que esse criminoso tem abusado (...) Nesse crime que aconteceu em Urucará, ele teve a ajuda de um ajudante de pedreiro que também estava na casa. É mais um caso de abuso intrafamiliar”.