Manaus/AM - "Eu estou me sentindo humilhada. Com o meu psicológico abalado. Choro todos os dias. Isso nunca aconteceu comigo. Me sinto mal com tudo e tenho certeza que as minhas amigas também estão. Então, eu só quero que isso acabe. Acabe logo”, desabafou a empresária Vivian Malveira, uma das vítimas das agressões ocorridas na madrugada de domingo (23), após um show em um shopping center no Distrito Industrial I, em Manaus.

Na quarta-feira (26), Vivian Malveira, Dayane Guedes e Caroline Rodrigues, acompanhadas do advogado Alexandre Torres, prestaram depoimento no 7° Distrito Integrado de Polícia (Dip), onde o caso é investigado. O depoimento ocorreu após Leandro Macêdo, acusado de agredir as vítimas, alegar legítima defesa em seu próprio depoimento na terça-feira (25).

Bastidores da Política - O poder de Janja

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Segundo Vivian, a confusão começou quando ela acidentalmente bateu na traseira do carro de Leandro ao sair do evento. "Fui olhar se não tinha sido alguma coisa muito grande. Só tinha um arranhão no carro. Na mesma hora ele desceu, mas ele e a esposa já estavam alterados. Pedi o contato dele. Em nenhum momento eu me neguei a pagar o conserto. Não iria deixar de pagar ou fugir do local. Eu sempre falei que iria arcar com todas as despesas. Mesmo que sejam poucas, eu ia arcar. Ele e a esposa estavam alterados, começaram a gritar comigo, me chamar de várias coisas de baixo calão”, relatou a empresária.

Os vídeos que circularam nas redes sociais mostram Leandro acompanhado da esposa e de outros dois amigos, que também estão sendo incluídos no inquérito policial. Vivian relatou que Leandro chamou os amigos para "resolverem a situação", e que eles chegaram ao local já alterados. "Nisso, formou-se uma confusão entre todos. Dayane ficou dentro do carro ainda e foi tentar tirar o carro para desobstruir a via. Eles acharam que ela iria fugir. Começaram a socar, chutar e tentar quebrar o retrovisor do carro. A esposa do Leandro estava segurando ele para não ir até o motorista. Mas ele conseguiu ir até ela. Eu vi e puxei a camisa dele. Foi aí que ele veio me dando socos. Fiquei desnorteada”, contou Vivian.

Dayane Guedes, outra vítima, também relatou as agressões sofridas. "Ele desferiu vários socos, ocasionando várias lesões no meu braço e na minha costela. Os amigos dele estavam falando várias palavras de baixo calão para mim. Quando o Leandro tentou me agredir, a Vivian me defendeu. E ela recebeu diversos socos no seu rosto. Eu sei que toda mulher que está me vendo nesse momento vai me entender. Que isso aqui vai passar. O roxo vai sair. Mas o trauma psicológico vai ficar por toda a vida”, declarou Dayane.

A defesa de Leandro alegou que ele agiu em legítima defesa após ser agredido com puxões e agressões verbais. O advogado Luciano Andrade afirmou: “Minutos antes já vinha sofrendo ameaças, discussões, discutindo com outras pessoas, com as amigas da moça que aparece sendo agredida. Ressalta-se que em nenhum momento, em hipótese alguma, uma mulher pode ser agredida. Nada justifica uma agressão a uma mulher. No entanto, todos nós sabemos, contudo, que todos nós temos direitos a legítima defesa, momento esse que ele se viu sendo agredido, pegando empurrões, pegando socos por trás, ele se viu coagido e saiu dando socos pra cima. Ele deu dois socos em direção a moça, e mais dois pra cima como mostra nas imagens.”

Andrade também apresentou um vídeo que mostra uma segunda versão da colisão, alegando que a vítima tentou fugir do local após o acidente. "Em nenhum momento estamos defendendo alguma agressão, estamos aqui tentando apurar a verdade, os fatos reais do que aconteceu naquele momento, onde tudo começou com uma grande celeuma e uma possível fuga, onde a moça queria se evadir do local para não mostrar o que se vê nas imagens. O carro dela, não foi apenas um risco, o carro dela quebrou o para-choque, a batida foi forte, e começou toda essa celeuma, essa lesão corporal recíproca.”, detalhou o advogado. No entanto, a defesa das vítimas contesta essa versão, afirmando que a batida causou apenas um "risquinho" no carro de Leandro. O caso segue sob investigação da Polícia Civil.