Manaus/AM - O casal Clayton Augusto Souza do Carmo, 32, e Beatriz Rodrigues Matos, 29, pai e madrasta do menino Davi Lucas, de 4 anos, foram presos nesta quinta-feira (11), escondidos em uma casa localizada no quilômetro 19 da rodovia Manoel Urbano.

Os dois estavam com mandado de prisão preventiva em aberto desde setembro de 2023, pelo crime de maus-tratos contra a criança de 4 anos. Davi está em estado vegetativo desde junho de 2022, após sofrer lesões neurológicas durante uma parada cardíaca provocada pelas inúmeras torturas causadas pela madrasta. 

Segundo a delegada Joyce Coelho, atualmente Beatriz e Clayton têm um bebê de três meses, que foi entregue à mãe dela após a prisão.

Joyce conta que a Justiça expediu a ordem de prisão preventiva do casal após constatar que o menino Davi sofreu uma tentativa de homicídio por parte da mulher. No dia em que Davi foi levado ao hospital com quadro de parada cardíaca, Beatriz chegou a dizer que o menino havia caído durante o banho, mas várias outras lesões foram encontradas no corpo dele.

“O socorro tinha demorado, tinham retirado um objeto semelhante a tampa de uma pasta de dente da garganta de Davi e a criança tinha lesões em várias partes do corpo, incluindo uma lesão na região do pênis. Todas essas lesões não tinham explicações coerentes”, diz a delegada.

A mãe do menino já tinha registrado denúncia contra Beatriz em maio de 2022,  por agressões anteriores, mas como tinha guarda compartilhada com o pai de Davi, o menino voltou a ir para a casa do homem. “Ele relatou para a mãe que a madrasta pisava na barriguinha dele e o corrigia com cinto, com ripa”.

As agressões recorrentes aconteciam quando Clayton não estava em casa, mas eram quase sempre presenciadas pelo irmão mais velho de Davi, um garoto de seis anos. “Tanto o Davi quanto o irmão confirmaram os maus-tratos durante escuta especializada”, diz Joyce.

As crianças relataram a situação para o pai inúmeras vezes, mas o homem não acreditava nelas. A madrasta, em contrapartida, justificava as marcas no corpo de Davi como consequências de peraltices de criança.

Ela dizia que o menino se machucava porque “era muito danado”. Em junho, após a criança ser internada desfalecida e ficar com sequelas neurológicas que resultaram no estado vegetativo dela, o casal chegou a ser preso.

Beatriz foi presa por maus-tratos e tentativa de homicídio e Clayton por omissão. Contudo, após 30 dias o prazo de prisão temporária acabou e eles ficaram respondendo em liberdade, até que decidiram sair da cidade sem autorização judicial.

Em setembro do ano passado, após a análise das provas, a Justiça determinou a prisão preventiva e desde então, o casal estava sendo procurado. Com o cumprimento do mandado, eles devem permanecer presos a partir de agora e a Justiça vai decidir sobre os próximos procedimentos contra eles.