Polícia diz que ‘houve resistência’ ao justificar morte de motorista em operação em Manaus
Manaus/AM - Após a repercussão de que o motorista de ônibus Sérgio Fragoso Monteiro, de 50 anos, foi assassinado dentro de casa por engano durante uma ação policial, a Polícia Civil do Amazonas justificou, nesta segunda-feira (21), que o homem foi morto após resistir à abordagem, mas não explicou o que teria acontecido.
De acordo com nota enviada ao Portal do Holanda, durante a operação “Coalizão pelo Bem”, deflagrada na última sexta-feira (18), no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará, o motorista acabou sendo morto no momento em que os policiais chegaram ao local onde estaria um dos alvos.
“Houve resistência e fez-se necessária a intervenção policial que levou a óbito um homem de 50 anos”, diz trecho do comunicado.
O delegado Bruno Fraga, diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), que coordenou as investigações no Estado, ainda explicou que a instituição conta com equipes policiais preparadas para agir em diversas situações de combate à criminalidade.
Mas a declaração foi contestada por familiares de Sérgio. “Era de madrugada, acordamos assustados com barulho de arrombamento. Meu marido acendeu a luz do quarto e foi para a sala. Ele abriu um palmo da porta e imediatamente tentou fechar, acho que ele pensou que fosse ladrão. Em seguida, eu só vi o vidro quebrado e ele caindo no chão”, afirma a a mulher da vítima.
Até a publicação desta matéria, nenhum policial civil ou militar havia sido afastado do cargo. O caso é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e o Ministério Público do Amazonas (MPAM) também informou que vai acompanhar o caso.
Segundo a polícia, o alvo dos policiais seria o filho de Sérgio, Felipe de Lima Machado Monteiro, de 29 anos, que é apontado como um dos envolvidos nos ataques em Manaus e cidades do interior entre os dias 6 e 8 deste mês, mas ele não mora mais com o pai desde 2017 e segue foragido.
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