Manaus/AM - A polícia deu detalhes, durante coletiva nesta quarta-feira (24), sobre a atuação dos servidores que desviavam medicamentos e insumos de hospitais de Manaus. Dois agentes administrativos foram presos durante a segunda fase da Operação Corsário. 

Segundo o delegado Cícero Túlio, do 1ºDIP, as investigações iniciaram após a Secretaria de Saúde ter encontrado inconsistências no quantitativo de materiais e insumos hospitalares. A partir disso, a polícia passou a monitorar uma unidade de saúde de Manaus. 

"Conseguimos identificar a participação de um dos motoristas, que é servidor público da Secretaria de Saúde do Amazonas. Ele acabava desviando parte dos medicamentos e insumos hospitalares de uma unidade de saúde e repassando para outras pessoas que os destinavam para uma empresa específica. Na primeira fase da operação, conseguimos  prender três pessoas e conseguimos apreender mais de duas toneladas de medicamentos e insumos que teriam sido desviados por esses servidores", explicou. 

Conforme Cícero, a partir da coleta dos celulares das três pessoas que foram presas na primeira fase da investigação foi possível localizar mais envolvidos no esquema. "Conseguimos identificar a participação de outros servidores que eram lotados em diversas unidades de saúde, tanto maternidades como em uma fundação e também em um hospital de grande porte de Manaus".

Segundo o delegado, os servidores conseguiram cometer o desvio por meio de contato direto com trabalhadores dos almoxarifados das unidades de saúde. Quatro pessoas foram identificadas na segunda fase da investigação, sendo duas que estão presas, um foragido e o último identificado como motorista de um grande hospital. 

De acordo com Túlio, os maiores desvios eram de insumos. "O quantitativo era mais expressivo em relação a insumos, principalmente à questão de soros que eram utilizados nas maternidades, e que eram destinados a recém-nascidos em alguma situação de vulnerabilidade", explicou. 

Desvio para o interior - O delegado também explicou que parte dos insumos desviados eram destinados para alguns municípios do interior do Amazonas. 

A operação poderá seguir para próxima fase, pois ainda serão investigadas algumas empresas que estariam envolvidas no esquema.