CUIABÁ, MT (FOLHAPRESS) - O deputado federal Abilio Brunini (PL) e o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) vão disputar o segundo turno para o comando da Prefeitura de Cuiabá.

Com 100% das urnas apuradas, Abílio obteve 39,61% dos votos válidos (126.944 no total) ante 28,32% do petista (28,31%). O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (União), ficou em terceiro com 27,77% dos votos válidos.

A ausência de Botelho no segundo turno foi considerada uma surpresa, já que ele tinha o apoio da maioria dos vereadores e deputados estaduais, além do governador Mauro Mendes (União).

Após o resultado, Brunini comemorou sua votação. Segundo ele, o resultado final o surpreendeu, mas pelo carinho que recebeu durante o processo eleitoral, o deixava confiante.

" Eu quero agradecer a Deus, que é muito misericordioso, e à população cuiabana. Muito obrigado pelo carinho, pelo apoio, pela forma com que cada um do nosso povo depositou seu voto em confiança na gente. Muito, muito obrigado", disse.

A surpresa, segundo Brunini, ocorreu pelo excesso de pesquisas eleitorais. "Não tinha como saber qual seria o resultado porque as pesquisas eram todas diferentes. Cada instituto apresentava um resultado distinto, então não tínhamos um norte claro de expectativa. Por isso, tudo me surpreende".

O bolsonarista afirmou que o desafio agora será manter o diálogo com a população, mas com humildade e pé no chão.

Ele também afirmou que já está garantida a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital mato-grossense neste segundo turno.

Também o Cabral comemorou o resultado e disse que respeita a vontade da população e que vai continuar a campanha nas ruas.

"Foi uma campanha muito disputada, em todos os sentidos. E vai continuar sendo", afirmou, ao lado de sua vice, Rafaela Fávaro (PSD) e do ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro (PSD).

Sobre o tom do segundo turno, Lúdio disse que vai continuar da mesma forma como foi no primeiro. "É uma campanha propositiva, de respeito à população e com a apresentação de propostas".

Ele ressalta ainda que é hora de fazer campanha sem divisão, sem falsas polêmicas e fazer as parcerias necessárias para resolver os problemas da cidade. "Vou me esforçar para pautar isso".

Durante a campanha, Lúdio Cabral adotou uma estratégia de despolarização da campanha com Brunini, que é apoiado por Jair Bolsonaro.

O petista fez malabarismo para manter os votos do seu eleitorado tradicional do campo da esquerda, mas também avançou para os eleitores bolsonaristas, afirmando sempre que governaria para todos e que os buracos da cidade e a falta de médico não escolhem identidade ideológica.

Ele foi bastante criticado pelos adversários, que o acusam de esconder o PT e o presidente Lula nos meses que antecederam o primeiro turno. Sua campanha de televisão não explorou a estrela do partido e a cor vermelha, recebendo críticas até dentro da Federação PT, PCdoB e PV.

Na reta final da campanha, Brunini tentou angariar votos com a presença dos deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR).

Inicialmente, Brunini buscou mudar sua postura, demonstrado ser um político sério e capaz de ser gestor, sem aquele estilo provocativo que demonstra desde vereador, até os recentes embates na Câmara Federal.

Porém, nos últimos dez dias, decidiu manter o seu estilo e tem focado em criticar a destacar os pontos negativos que avaliam serem negativos do candidato do governo estadual.

Ele chega ao segundo turno com a esperança de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirme sua presença na capital, fato que não ocorreu durante a primeira etapa.