Alcolumbre contraria família Bolsonaro e amplia prazo para CPI das Fake News
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), aceitou nesta quarta-feira (22) pedido do senador Angelo Coronel (PSD-BA) e determinou a suspensão durante a pandemia do coronavírus dos prazos regimentais da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Fake News.
Com isso, a comissão, que já havia sido prorrogada por mais 180 dias e iria até outubro, agora não tem prazo para encerrar os trabalhos. A nova data passa a contar somente quando o Congresso retomar a normalidade dos trabalhos.
A família Bolsonaro é contrária ao funcionamento da comissão, que investiga perfis que fazem parte do arco de apoio do presidente da República.
Por enquanto, apenas o plenário do Senado está realizando votações de forma virtual. Todas as comissões permanentes da Casa estão com os trabalhos suspensos.
O pedido do presidente da CPI foi reforçado depois que o líder do PSD, senador Otto Alencar (BA) acionou a comissão para que faça a investigação de ataques virtuais que ele está sofrendo, envolvendo licitação para a reabertura do Hospital Espanhol, em Salvador.
"São calúnias absurdas que estamos sofrendo. Mentiras que colocam nas redes sociais contra mim. Isso não pode mais acontecer", disse o senador.
O presidente da CPI se solidarizou com o colega, e afirmou que todos precisam atuar no combate às notícias falsas. Ele criticou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, que atacou os parlamentares por meio de redes sociais.
"Esse final de semana, o vereador do Rio de Janeiro, filho do presidente, depreciou, na sua rede social, todos os membros da CPMI, indiscriminadamente", disse ele.
Na terça-feira (21), Carlos Bolsonaro disse que o objetivo da comissão seria derrubar o presidente.
"É muita canalhice coordenada por Botafogo e seus asseclas nesta dita CPMI que não faz porcaria nenhuma em prol do Brasil a não ser dar palanque político a vagabundos que querem inventar qualquer motivo boçal para justificar por mais uma via, derrubar o presidente Bolsonaro", escreveu o vereador em uma rede social.
ASSUNTOS: ataques virtuais, CPI Fake News, família Bolsonaro, Política