Câmara de São Paulo terá mais mulheres e negros em 2025
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Câmara Municipal de São Paulo, a maior do país, será mais diversa e contará com mais mulheres e negros na legislatura que começa em 2025, se comparada com a que iniciou em 2021. Ainda terá, porém, esses dois grupos sub-representados.
As vereadoras passaram de 13 para 20 cadeiras (36%), mais do que triplicando sua representação na Casa em relação a 12 anos atrás, mas ainda longe da sua proporção na cidade, de 53%. Pretos e pardos cresceram de 22% para 29%, também abaixo dos 44% da população do município.
Elas representaram 34% dos candidatos nestas eleições, diante de uma cota mínima de 30% estabelecida para cada partido. Pesquisa Datafolha de julho mostrou que a maioria dos eleitores da capital paulista acha que faltam mulheres e negros na Câmara.
Seis dos dez eleitos mais votados neste ano são mulheres.
Entre elas está a estreante Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, que angariou 129.563 votos, atrás apenas de Lucas Pavanato (PL). Com 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais, ela tem entre suas pautas proteção a crianças, mulheres e outros grupos vulneráveis.
No top 10 figura também Amanda Paschoal (PSOL), que somou 108.654 votos, ficando em quinto lugar. Apoiada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), ela é travesti e se identifica como ativista LGBTQIA+, ambientalista e educadora popular.
A bancada do PSOL segue sendo a que reúne mais mulheres, com quatro eleitas, mas agora empatada com o PL. Em 2020, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro não havia elegido nenhuma vereadora para a Câmara Municipal de São Paulo.
Já o MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes, e o União Brasil, de Milton Leite atual presidente da Casa, conseguiram emplacar duas vereadoras, o que não ocorreu na eleição anterior, quando só candidatos homens desses partidos tiveram êxito.
A Câmara Municipal paulistana também será menos branca. A próxima legislatura terá 69% ou 38 cadeiras ocupadas por pessoas que declaram ter essa cor, contra 75% ou 42 cadeiras nas últimas eleições.
A porcentagem de pretos e pardos vem subindo pelo menos desde 2016. Se naquele ano ela era de 19% ou 10 vereadores, agora passou para 29% ou 16 legisladores.
Ainda é, porém, um grupo sub-representado, já que sua parcela na população é de 44% segundo o IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística). O número de eleitos também terminou abaixo da proporção de candidatos negros, que era de 42% em relação ao total.
Os autodeclarados pardos foram os que puxaram a quantidade para cima neste ano, saltando de quatro cadeiras para dez, em comparação ao último pleito. Está entre eles, por exemplo, Silvinho (União Brasil), um dos apadrinhados pelo atual presidente da Câmara, Milton Leite.
Os pretos, por sua vez, encolheram de sete para seis vagas. Estão nessa lista as ativistas do PSOL Keit Lima e Luana Alves, que se reelegeu, e outros dois apadrinhados pelo manda-chuva do União Brasil: Silvinho Leite e a pastora Sandra Alves, que teve a campanha mais cara destas eleições.
São Paulo não elegeu nenhum candidato autodeclarado indígena. Na última legislatura, a Casa tinha apenas Juliana Cardoso (PT), que saiu em 2022 para se tornar deputada federal. Já a proporção de vereadores que se autodeclaram amarelos manteve-se igual, com 2%.
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VEJA A LISTA DOS VEREADORES ELEITOS
1 - Lucas Pavanato (PL) 161.386 votos
2 - Ana Carolina Oliveira (Podemos) 129.563
3 - Dr. Murillo Lima (PP) 113.820
4 - Sargento Nantes (PP) 112.484
5 - Amanda Paschoal (PSOL) 108.654
6 - Rubinho Nunes (União Brasil) 101.549
7 - Luna Zarattini (PT) 100.921
8 - Luana Alves (PSOL) 83.262
9 - Dra Sandra Tadeu (PL) 74.511
10 - Pastora Sandra Alves (União Brasil) 74.192
11 - Silvão Leite (União Brasil) 63.988
12 - Isac Félix (PL) 62.275
13 - Zoe Martinez (PL) 60.272
14 - Rodrigo Goulart (PSD) 58.715
15 - Danilo do Posto de Saúde (Podemos) 58.676
16 - Gabriel Abreu (Podemos) 58.581
17 - Edir Sales (PSD) 58.190
18 - Alessandro Guedes (PT) 58.183
19 - Celso Giannazi (PSOL) 57.789
20 - Cris Monteiro (Novo) 56.904
21 - Silvinho (União Brasil) 53.453
22 - Thammy Miranda (PSD) 50.234
23 - Nabil Bonduki (PT) 49.540
24 - Janaina Paschoal (PP) 48.893
25 - Fabio Riva (MDB) 44.627
26 - Major Palumbo (PP) 43.455
27 - Rute Costa (PL) 43.090
28 - Sidney Cruz (MDB) 42.988
29 - George Hato (MDB) 42.837
30 - Sansão Pereira (Republicanos) 42.229
31 - André Santos (Republicanos) 41.379
32 - Hélio Rodrigues (PT) 40.753
33 - Amanda Vettorazzo (União Brasil) 40.144
34 - Marcelo Messias (MDB) 40.079
35 - Marina Bragante (Rede) 39.147
36 - Tripoli (PV) 39.039
37 - Simone Ganem (Podemos) 38.540
38 - Sandra Santana (MDB) 38.326
39 - João Jorge (MDB) 36.296
40 - Ely Teruel (MDB) 35.622
41 - Professor Toninho Vespoli (PSOL) 34.735
42 - Silvia Da Bancada Feminista (PSOL) 34.537
43 - Sonaira Fernandes (PL) 33.957
44 - Dr. Milton Ferreira (Podemos) 33.493
45 - João Ananias (PT) 33.225
46 - Kenji Palumbo (Podemos) 32.495
47 - Ricardo Teixeira (União Brasil) 31.566
48 - Jair Tatto (PT) 30.905
49 - Eliseu Gabriel (PSB) 30.706
50 - Dheison (PT) 30.575
51 - Senival Moura (PT) 30.480
52 - Renata Falzoni (PSB) 30.206
53 - Keit Lima (PSOL) 27.769
54 - Adrilles Jorge (União Brasil) 25.038
55 - Gilberto Nascimento (PL) 22.306
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