Cicloativista de 71 anos, Renata Falzoni é eleita vereadora em SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cicloativista há mais de 40 anos, Renata Falzoni (PSB), 71, foi eleita vereadora em São Paulo neste domingo (6) com pautas que defendem ações para reduzir a violência no trânsito e o número de carros em circulação na cidade e a proteção para pedestres e ciclistas.
Formada em arquitetura e urbanismo, Falzoni recebeu 30.206 votos. Foi a quarta eleição de que ela participou, mas a primeira em que conseguiu se eleger.
Falzoni conta que começou a usar a bicicleta como meio de transporte em 1966 e desde então se engajou no cicloativismo. Em 1988, ela liderou um grupo de ciclistas que pedalou de Paraty (RJ) até Brasília para celebrar o reconhecimento da bicicleta no Código de Trânsito Brasileiro, aprovado naquele ano.
Como vereadora, Falzoni diz querer fortalecer o debate de políticas públicas voltadas para pedestres e ciclistas. Ela defende, por exemplo, a implantação de novas ciclovias e ciclofaixas na cidade, mudanças na arquitetura urbana para favorecer quem anda a pé e estímulo ao transporte público coletivo.
"Mobilidade sempre foi um dos principais problemas de São Paulo, mas a situação piorou muito nos últimos anos. A cidade passou a ser pensada para os carros, nós precisamos fazer o contrário para que os paulistanos possam ter mais qualidade de vida, passar menos tempo no trânsito, ter mais saúde e para combater os efeitos das mudanças climáticas", disse à reportagem.
Falzoni promete atuar para garantir recursos para ampliar a malha cicloviária da cidade em mais 400 km nos próximos quatro anos. Também diz querer aumentar o tempo para travessia de pedestres nos semáforos da cidade.
Ela diz, ainda, vai atuar para que São Paulo tenha tarifa zero nos ônibus e defende a reestruturação do modelo de financiamento do transporte público coletivo na cidade.
Para o trânsito, Falzoni defende a redução das velocidades máximas permitidas na cidade e quer propor um programa chamado Visão Zero, com ações para "acalmar o trânsito" que tem como meta a redução de 50% das mortes e lesões até 2028.
"A gente precisa pensar a cidade para as pessoas, não para os carros. A gente viu o número de mortes no trânsito aumentar nos últimos anos porque as políticas não pensam na proteção das pessoas", diz.
Além das pautas de mobilidade urbana, Falzoni tem propostas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas em São Paulo. Ela defende a criação de um programa de arborização e plantio de mudas nas calçadas, hortas urbanas, criação de novos parques e renaturalização de rios e córregos na cidade.
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