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Desistência de favorito adia escolha do vice de Paes que pode virar prefeito já em 2026

Por Folha de São Paulo

23/07/2024 17h15 — em
Política



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A decisão do deputado federal Pedro Paulo (PSD) de pedir ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para não ser seu vice nas eleições de outubro adiou a escolha pelo nome que deve completar a chapa à reeleição.

Até então, Pedro Paulo era tido como favorito ao posto, que deve ser peça fundamental na campanha à reeleição.

Isso porque, caso reeleito, Paes planeja deixar a prefeitura durante o mandato para concorrer ao governo do estado em 2026, e prefere ter como vice um nome de confiança para assumir o cargo. O prefeito recebeu indicações de partidos aliados, como PT e PDT, mas mantém a intenção de formar uma chapa 'puro sangue', com um nome do PSD.

Pesquisa divulgada em 5 de julho pelo Datafolha aponta que Paes está na liderança isolada das intenções de voto para as eleições de outubro. O atual prefeito tem 53% das intenções, percentual que, se repetido nas urnas, garantiria a vitória no primeiro turno. Num segundo patamar estão os deputados federais Tarcísio Motta (PSOL), com 9%, e Alexandre Ramagem (PL), com 7%.

Em reunião com Paes nesta segunda-feira (22), Pedro Paulo pediu para não compor a chapa. O deputado demonstrou receio na divulgação, por parte da oposição, de uma suposta chamada de vídeo íntima. Ele disse, segundo o entorno do prefeito, que não gostaria de prejudicar a imagem da família, nem a campanha.

A suposta existência de um vídeo gravado por uma mulher há dois anos já circulava nos bastidores da política carioca há pelo menos um mês. Apesar disso, segundo integrantes do PSD, o partido e o próprio Paes foram pegos de surpresa com a decisão de Pedro Paulo.

A notícia adiou a escolha, mas não o plano de divulgação do nome escolhido. Antes mesmo da desistência, o PSD se programava para tornar público o vice na chapa somente no início de agosto.

Desde janeiro, Paes tem recebido de aliados nomes para a vaga de vice, apesar de sempre reiterar a preferência por Pedro Paulo. Com a desistência do parlamentar, opções que circulavam como laterais ganharam força. Os mais comentados são os do deputado estadual Eduardo Cavaliere (PSD), ex-secretário municipal da Casa Civil, e do vereador Carlo Caiado (PSD), presidente da Câmara do Rio.

Cavaliere é o preferido pelo entorno de Paes. Pessoas próximas a ele entendem que, apesar de jovem, o deputado conta com a confiança do prefeito e tem um perfil resolutivo que o agrada.

Ele trabalhou na campanha derrotada de Paes para o governo estadual em 2018. Quando Paes venceu a prefeitura, em 2020, tornou-se secretário municipal do Meio Ambiente. Foi eleito deputado estadual em 2022, e em 2023 foi chamado para ser secretário da Casa Civil, cargo que ocupou até o meio do ano.

Integrantes do PSD, contudo, defendem que Cavaliere não possui experiência política suficiente para assumir a prefeitura em 2026, caso Paes saia para concorrer ao governo e deixe a administração municipal para o vice. Cavaliere poderia se tornar prefeito aos 31 anos.

Essas mesmas alas do partido apostam em Carlo Caiado (PSD), atual presidente da Câmara. Caiado está no quinto mandato como vereador e é considerado pela legenda um político de boa articulação no município. Ele foi um dos políticos que migrou do DEM para o PSD em 2021, junto com Paes.

Uma outra ala acredita que Pedro Paulo ainda pode ser convencido a voltar atrás. Circula entre integrantes do partido a versão de que o deputado federal pode ter antecipado a existência do suposto vídeo por conta própria a fim de quebrar a expectativa da oposição, que poderia usar o episódio para causar danos à campanha.

Na convenção do PSD que oficializou a candidatura de Paes, no último sábado (20), Pedro Paulo teve momentos de protagonismo no evento. Chegou a ouvir gritos de "é nosso vice" ao ser chamado para discursar. Cavaliere e Caiado também estavam ao lado do prefeito.


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