SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro turno das eleições municipais deste ano confirmou a resiliência da direita nas capitais brasileiras. Em ao menos 9 das 26 cidades, o segundo turno será entre candidatos alinhados ao centro e ao campo conservador, em disputas de partidos como PL, União Brasil e PP.

Ao todo 11 capitais definiram a eleição já neste domingo (6). Outras 15 terão nova votação em 27 de outubro.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, já venceu em duas capitais e ainda estará no segundo turno em seis capitais.

Em João Pessoa (PB), o candidato do PL, Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro durante a pandemia, foi uma das surpresas na disputa pelo país. Seu adversário no segundo turno é o atual prefeito Cícero Lucena (PP), que era o favorito.

Em Belém (PA), Éder Mauro disputará a segunda votação com Igor Normando (MDB), primo do governador Helder Barbalho (MDB).

A sigla também disputa a Prefeitura de Goiânia, onde Fred Rodrigues, que teve o apoio do ex-presidente e de seu grupo político, enfrenta o ex-deputado Sandro Mabel (União Brasil), que, por sua vez, é o candidato do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Esse segundo turno é visto como um aquecimento para a disputa presidencial de 2026 entre nomes da direita.

Em Cuiabá (MT), o deputado federal Abílio Brunini (PL) já era esperado no segundo turno. A disputa reproduzirá Lula-Bolsonaro, com o petista Lúdio Cabral em busca da prefeitura. Eduardo Botelho (União Brasil), atual vice-governador e bem posicionado nas pesquisas, acabou em terceiro.

A briga de PT e PL também aparecerá em Fortaleza (CE), onde passaram para o segundo o petista Evandro Leitão e André Fernandes, do partido do ex-presidente. Eles deixaram para trás o atual prefeito, José Sarto (PDT), de quem Evandro foi aliado e colega de partido —deixou o PDT em 2023.

Em Natal, o duelo será entre o PT, com Natália Bonavides, e União Brasil, com Paulinho Freire.

Em Manaus, outro candidato do PL, o capitão Alberto Neto, disputará com o atual prefeito David Almeida (Avante) a preferência do eleitorado na capital do Amazonas. Também no Norte, Janad Valcari (PL) foi para o segundo turno com Eduardo Siqueira (Podemos).

O PSD, sigla do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, foi o partido que mais elegeu prefeitos em capitais no primeiro turno, com três vitoriosos.

Foram reeleitos pelo partido Eduardo Paes, no Rio, Eduardo Braide, em São Luis, e Topázio Neto, em Florianópolis.

O partido de Kassab também estará no segundo turno em Curitiba, com o atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel, que disputará a preferência do eleitor com a novata Cristina Graeml (PMB), e em Belo Horizonte, com o atual prefeito, Fuad Noman.

Entre os demais reeleitos estão João Campos (PSB), em Recife, JHC (PL), em Maceió, Dr. Furlan (MDB), em Macapá, Tião Bocalom (PL), em Rio Branco, Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista,e Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória.

Em Teresina, Silvio Mendes (União Brasil) foi eleito em primeiro turno para um terceiro mandato à frente do município.

A votação deste domingo também mostrou os partidos à esquerda em dificuldade nas principais cidades do país. O PT não venceu em nenhuma capital, embora dispute o segundo turno em quatro.

A principal aposta do campo político do presidente Lula é em São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) disputará o segundo turno com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na cidade, Bolsonaro fez campanha envergonhada para o atual prefeito, e o novato Pablo Marçal (PRTB) foi terceiro lugar.

A esquerda também foi derrotada em Belém, onde o PSOL tinha seu único prefeito em capitais.

A briga pelo eleitor mais alinhado ao campo da direita aparecerá em Campo Grande (MS), onde a atual prefeita Adriane Lopes (PP) disputará o segundo turno com Rose Modesto (União Brasil).

A passagem das duas para o segundo turno sepultou as esperanças do PSDB, que tinha o deputado federal Beto Pereira na disputa, de conseguir uma dobradinha com a prefeitura da capital e o governo do estado, hoje comandado pelo tucano Eduardo Riedel.

Em Palmas (TO), o segundo turno será entre o experiente Eduardo Siqueira (Podemos), ex-prefeito da cidade, ex-deputado federal e ex-senador, e a ex-sócia da banda Barões da Pisadinha Janad Valcari (PL).