Engler (PL) e Fuad (PSD) vão ao 2º turno em Belo Horizonte
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O deputado estadual Bruno Engler (PL) e o atual prefeito Fuad Noman (PSD) vão disputar o segundo turno das eleições de Belo Horizonte. A votação final está agendada para 27 de outubro.
Com 95,63% das seções totalizadas, o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve 34,37% dos votos válidos (416.633) e ficou à frente de Fuad, que alcançou 26,48%, ou 321.004 dos votos computados.
Engler, 27, e Fuad, 77, são respectivamente o candidato mais jovem e mais velho entre os postulantes à prefeitura da capital mineira.
O apresentador de TV e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que liderou as pesquisas de intenção de voto em boa parte da campanha eleitoral, perdeu força na reta final e encerrou o pleito em terceiro, com 15,21% dos votos válidos, ou 185.391.
Apresentador por 16 anos do Balanço Geral, da TV Record, Tramonte tinha o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e de Alexandre Kalil (sem partido), que concorreram ao governo de Minas Gerais na última eleição e são considerados rivais.
Kalil era prefeito da cidade até 2022, quando deixou o cargo para Fuad, mas decidiu apoiar um adversário de seu vice na atual disputa.
Na quarta posição na eleição à prefeitura da capital mineira está Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal, com 10,59% dos votos.
Na sequência, vem a deputada federal Duda Salabert (PDT), a única candidata transgênero à prefeitura nas capitais e uma das nove postulantes trans ao Executivo municipal em todo o país. Ela alcançou 7,68% dos votos válidos apurados até o momento.
O candidato apoiado pelo presidente Lula (PT), Rogério Correia (PT), teve 4,39% dos votos válidos.
As últimas semanas da campanha foram marcadas por um movimento de voto útil de setores da esquerda. Alas de partidos que eram das coligações de Correia e Gabriel apoiaram publicamente o voto em Fuad com o argumento de evitar um segundo turno entre Engler e Tramonte, duas candidaturas de direita.
O prefeito, que passa por um tratamento contra um linfoma não Hodgkin, costuma dizer que pertence a um partido de centro. Na reta final da campanha, porém, mandou sinais ao campo da esquerda ao dizer que Engler e Tramonte não teriam diálogo com o governo Lula caso fossem eleitos. Para chegar ao segundo turno, ele teve que superar um desconhecimento junto à população que superava os 50% antes do início da campanha eleitoral.
A disputa na capital mineira também foi marcada pela ausência do presidente e de Zema nas agendas dos candidatos apoiados por eles.
Já Bolsonaro participou de comício com Bruno Engler em setembro, ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do senador Cleitinho (Republicanos), dois expoentes da direita no estado. O senador, apesar de ser do partido de Tramonte, declarou apoio ao nome do PL em BH.
O senador Carlos Viana (Podemos), que se licenciou do cargo para a disputa eleitoral, teve 1% dos votos válidos. Outros candidatos que concorreram foram Indira Xavier (UP), Wanderson Rocha (PSTU) e Lourdes Francisco (PCO), que não chegaram a 1% cada um.
Belo Horizonte possui o terceiro maior colégio eleitoral do país, com 1,9 milhão de eleitores.
Os votos válidos excluem os votos inválidos (em branco e nulos) e são os únicos considerados pela Justiça Eleitoral para calcular os resultados. Para conquistar o cargo de prefeito, os candidatos precisam obter 50% mais um dos votos válidos, e não totais.
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