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Novo presidente da Câmara de BH critica interferência da prefeitura, mas promete diálogo

Por Folha de São Paulo

04/01/2025 9h30 — em
Política



BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O novo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos), nega que irá pautar sua atuação com revanchismo em relação à prefeitura, que saiu derrotada na eleição da Mesa Diretora da última quarta (1º).

Por meio do vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União Brasil), a prefeitura começou a articular cerca de uma semana antes da disputa a candidatura do líder de governo na Câmara, Bruno Miranda (PDT), e acabou derrotada por 23 votos a 18.

"Eu vi como desastrosa a tentativa da prefeitura, já que havia um acordo com o prefeito Fuad [Noman, PSD] de que ele não iria intervir na eleição", disse Lopes à reportagem.

Ele ainda afirmou acreditar que a decisão de interferir na eleição do Legislativo não passou pelo prefeito eleito, diante de seu quadro de saúde. Fuad está internado na UTI com insuficiência respiratória

A primeira gestão do prefeito, que assumiu em 2022 após Alexandre Kalil (sem partido) deixar o cargo para a disputa do governo de Minas, foi marcada pela tensão com o Legislativo.

Além da instauração de CPIs contra serviços municipais, o então presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (MDB), chegou a ficar meses sem se reunir com o prefeito.

Agora, Lopes diz que essa situação não irá se repetir e que está aberto ao diálogo.

"A gente quer ser uma Câmara independente, não submissa. Da minha parte, não tem qualquer tipo de vingança, qualquer tipo de tensão de CPI. Lógico, se tiver um fato escandaloso que realmente necessite, tudo bem. Mas criar para atrapalhar a prefeitura a gente não tem a menor pretensão", disse o vereador.

Juliano Lopes pertence à chamada "Família Aro", grupo de vereadores ligados a Marcelo Aro (PP), secretário da Casa Civil do governo Romeu Zema (Novo).

Na última legislatura, um acordo entre Aro e Gabriel Azevedo previa que Lopes assumiria a segunda parte do mandato, a partir de janeiro de 2024, mas os dois líderes racharam antes disso, e Gabriel se manteve à frente do Legislativo.


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