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Nunes fica com 84% dos eleitores de Marçal no início do 2º turno, aponta Datafolha

Por Folha de São Paulo

10/10/2024 15h45 — em
Política



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar da briga de rua que se transformou o primeiro turno em São Paulo e o impacto no voto bolsonarista que quase tira o Ricardo Nunes (MDB) do segundo turno, quase todos os votos do influenciador Pablo Marçal (PRTB) migram para o prefeito no tira-teima da eleição.

É o que mostra a primeira pesquisa do Datafolha na segunda rodada da eleição, feita da terça (8) a esta quinta (10). O instituto, contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, entrevistou 1.204 eleitores, um trabalho com margem de erro geral de três pontos. O nível de confiança é de 95%.

Segundo o levantamento, 84% daqueles que disseram ter votado em Marçal agora vão com o prefeito, que é o candidato nominalmente apoiado por Jair Bolsonaro (PL). Como se sabe, o influenciador implodiu o impacto desse apoio, colhendo boa parte do voto dos entusiastas do ex-presidente.

Agora, a gravidade parece estar trazendo esse eleitor de volta a Nunes, até pelo fato de que teoricamente ele representa a franja mais à direita do espectro, que identifica seu rival no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL) como um nome de extrema esquerda —uma herança de seus anos de liderança dos sem-teto em São Paulo que todo o trabalho de amenização de imagem até aqui não conseguiu contornar.

Assim, Boulos herda apenas 4% da declaração de voto em Marçal agora. O deputado teve 29,1% dos votos válidos em 6 de outubro, ficando marginalmente atrás de Nunes, com 29,5%, e acima do influenciador, que teve 28,1%.

Boulos vai melhor ao colher o espólio de Tabata Amaral, a deputada do PSB que teve 9,9% dos válidos, que excluem brancos e nulos na conta final do resultado do Tribunal Superior Eleitoral. Boulos fica com 50% dos seus eleitores, ante 33% de Nunes. A deputada declarou voto, mas não aliança, ao psolista.

O bom resultado do prefeito entre quem apoia Marçal ocorre apesar do racha explícito entre eles. O influenciador e o alcaide se digladiaram com acusações pesadas e atribuições de crime —ambos, por cortesia de ligações de pessoas de seu entorno, chamavam-se um ao outro de candidato do PCC, a principal facção criminosa do Brasil.

Agora, na hora do apoio formal e eventual ganho de cargos num segundo mandato, Nunes desprezou qualquer declaração de Marçal em seu favor. "No meu palanque, não", afirmou. Bolsonaro, que escondeu-se da campanha em São Paulo por temer estar associado ao perdedor, agora diz que vai se engajar, após ser criticado por aliados.

Melhor sorte teve o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou ao cargo com o voto bolsonarista em 2022 e foi ministro do ex-presidente, que apoiou Nunes com força desde o começo da disputa.

O levantamento do Datafolha está registrado na Justiça Eleitoral com o código SP-04306/2024.


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