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PF acha áudio de Ramagem com Bolsonaro com plano para anular o inquérito das 'rachadinhas'

Por Estadão Conteúdo (Agência Estado)

11/07/2024 12h28 — em
Política



Com o avanço das investigações da Operação Última Milha, a Polícia Federal encontrou um áudio de uma reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno (então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada) e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem discutem um plano para anular o inquérito das rachadinhas - investigação que fechou o cerco ao senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-chefe do Executivo.

A gravação remonta a um encontro realizado em agosto de 2020, também com a participação da advogada de Flávio. A conversa citou os auditores da Receita responsáveis pelo relatório de inteligência fiscal que baseou a investigação do caso Queiroz - revelado pelo Estadão.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, Ramagem diz, no áudio, que "seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita, com o objetivo de anular a investigação, bem como a retirada de alguns auditores de seus respectivos cargos".

O áudio tem mais de uma hora de duração. A reunião teria sido gravada pelo próprio Ramagem.

Na representação de 187 páginas pela abertura da quarta fase da Última Milha, a PF diz que Ramagem teria determinado o monitoramento dos três auditores fiscais autores do RIF.

A ação clandestina era "urgente" e foi determinada "seguindo o modus operandi da organização criminosa para descobrir ‘podres e relações políticas’ dos auditores", segundo a PF.

O levantamento ilegal deveria ser "jogado num word somente", o que, segundo os investigadores, revela o caráter de extra-oficialidade da ação.

A PF encontrou os diálogos em que o agente de Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues - integrantes do Centro de Intelige^ncia Nacional (CIN) da Abin e auxiliares de Ramagem - tratam das pesquisas envolvendo ao auditores da Receita.

Segundo a PF, as diligências foram realizadas em novembro de 2020. Os achados foram repassados a Ramagem em dezembro daquele ano.


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