SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pré-candidato a prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) participou nesta segunda-feira (15) da sabatina Folha/UOL.

Ele respondeu a perguntas de Fabíola Cidral e Raquel Landim, do UOL, e Carolina Linhares, repórter da Folha de S.Paulo.

O prefeito disse que o 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe, tergiversou quando indagado se é um bolsonarista, justificou explosão de obras emergenciais com o argumento de que era preciso proteger a população e afirmou que boletim de ocorrência registrado por sua mulher contra ele em 2011 foi forjado.

Veja as principais frases de Nunes durante a sabatina.

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"O 8 de janeiro a gente poderia comparar também com o 23 de setembro. Se entrar no Google e colocar 'Boulos invade ministério', vai sair na capa a foto do Boulos em cima da mesa numa invasão de um prédio público do Ministério da Fazenda. (...) O 8 de janeiro foi um atentado contra o patrimônio público, que eu repudio. Daquelas pessoas que estavam ali, não acredito [em uma tentativa de golpe]" - Ricardo Nunes prefeito de São Paulo e pré-candidato a reeleição sobre o 8 de janeiro

"Investigação é algo que vai ser desenvolvida e aí vai ter, lá na frente, uma absolvição ou condenação. A gente precisa ter muita cautela em fazer um pré-julgamento antes do momento adequado. Aquelas pessoas que a gente viu ali, a grande maioria humildes, ambulantes, aposentados, (...) cometeram um erro gravíssimo e tem que pagar por isso. Mas acho que está muito distante de a gente poder dizer que aquelas pessoas tinham uma intenção de dar um golpe de estado" - Ricardo Nunes sobre investigação de tentativa de golpe envolvendo o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro

"Eu sou ricardista, sou um apaixonado pela cidade, me filiei ao MDB no dia em que tirei meu título de eleitor, com 18 anos. Fui vereador por dois mandatos. Trabalhei muito para ter apoio do presidente Bolsonaro, estou grato por ter o apoio. Você não vai achar em nenhum momento da minha história fazendo críticas ao Bolsonaro. Já o Pablo [Marçal] a gente vê uma série de vídeos dele no passado criticando. A gente precisa ter um critério, que as posições não sejam mudadas de acordo com o melhor momento. Eu vou ter sempre meu posicionamento igual o tempo todo" - Ricardo Nunes ao ser perguntado se é bolsonarista

"O presidente Bolsonaro não me pediu absolutamente nada com relação a espaço de governo. Logicamente, se vier contribuições dos partidos, isso é natural do processo da política. Na montagem do novo governo, que não deve nem mudar tanto porque está dando certo, a gente vai receber sugestões" - Ricardo Nunes sobre espaço que grupo de Bolsonaro terá em sua gestão, caso reeleito

"Não diria traição, mas acho que é uma injustiça. O Bruno [Covas] não poderia disputar a reeleição. Eu fui um vice escolhido pelo Bruno. A tendência já seria natural que eu fosse o candidato agora, apoiado pelo Covas. O governo que Bruno e eu constituímos não mudou praticamente nada. Como o PSDB fará uma crítica ao governo que ele tem predominância? É preciso sempre ter coerência" - Ricardo Nunes sobre PSDB de Bruno Covas ter lançado José Luiz Datena como pré-candidato

"A gente vive um momento de mudança climática e conseguiu ajustar o caixa da prefeitura. A cidade de São Paulo hoje tem capacidade de investimento. Não é o prefeito, o secretário, que determina. São os engenheiros da prefeitura, a Defesa Civil, que ao serem chamados vão até lá e fazem um laudo dizendo 'Tem uma casa aqui que pode cair e morrer gente'. Vai esperar acontecer para eu ser criminalizado por omissão? Não" - Ricardo Nunes sobre explosão de obras emergenciais em sua gestão

"Ele falou 'olha, fui mal interpretado, sou um cara muito simples'. É um cara que vive da aposentadoria, verdadeiramente. Muito humilde. É uma boa pessoa, um cara correto, honesto. Ali fez uma fala que foi mal colocada" - Ricardo Nunes sobre fala do vice Mello Araújo de que deve haver diferença de tratamento em abordagens policiais nos Jardins e na periferia

"A Regina já falou que ela não fez [o boletim de ocorrência]. A Regina contratou um advogado, o advogado entrou com uma petição dizendo que queria o boletim assinado. Veio a resposta da delegacia que não existia esse boletim. É um desrespeito com a minha mulher, são 27 anos [de casados], não cometa uma injustiça dessas. Usar um negócio desses é repudiante" - Ricardo Nunes sobre boletim de ocorrência registrado por sua mulher em 2011, no qual é acusado por ela de violência doméstica