EUA doará quase R$ 2 milhões para melhorias no Cais do Valongo
RIO - Uma boa notícia neste Dia da Consciência Negra: o governo americano, por meio do Fundo dos Embaixadores dos Estados Unidos para a Preservação Cultural, repassará US$ 500 mil (cerca de R$ 2 milhões) para a conservação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, que recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em julho do ano passado. Segundo a secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, a verba será usada para resolver problemas de drenagem, restaurar e consolidar as pedras originais, restituir o gramado e trocar os cabos de aço que cercam o espaço por guarda-corpos. As obras estão previstas para começar em 1º de dezembro e devem ser concluídas em um ano.
— A prefeitura assumiu responsabilidades com a Unesco, e, para quem estava temeroso da perda do título, essa é uma prova de que vamos cumprir as demandas dentro do prazo — disse Nilcemar.
A gestão dos recursos e as obras serão feitas pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), que administra o Museu do Amanhã. Foi a organização social a responsável por desenvolver o projeto para a conservação do Cais do Valongo e inscrevê-lo no edital do Fundo dos Embaixadores. O cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, Scott Hamilton, destacou a importância do investimento no único vestígio material do desembarque de um milhão de africanos escravizados nas Américas:
— Com esse investimento, honramos a herança e o legado das populações afrodescendentes nas Américas e suas contribuições para nossa cultura, nossa história e nossa sociedade.
O projeto foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo a presidente do órgão, Kátia Bogéa, uma segunda etapa de obras, que demandará outros R$ 2 milhões, já assegurados pela iniciativa privada, também será concluída em 2019. A manutenção do Cais do Valongo, que apresenta sinais de abandono, como pichações e lixo, continuará a cargo da prefeitura.
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