Piscinões de São Gonçalo e Ramos sofrem com o abandono
RIO - Criados como áreas de lazer em regiões onde a população tem poucas opções de diversão, os piscinões sofrem hoje com o abandono. Em São Gonçalo, o espaço, que consumiu mais de R$ 17 milhões do estado, está desativado há mais de dois anos. Em vez de banhistas, são os bandidos que aproveitam o lugar, que já teve luminárias e grades saqueadas. Em Ramos, os visitantes não têm mais acesso aos banheiros, que estão interditados. Além disso, na semana passada, quem se arriscou a dar um mergulho se deparou com um pouco convidativa água verde.
Ontem, uma equipe limpava o fundo do piscinão. A Fundação Rio Águas, órgão da prefeitura, garante que o tratamento da água é feito diariamente e que o tom esverdeado foi provocado pela chuva, mas sem prejuízo da balneabilidade. Ao examinar as imagens feitas pelo GLOBO, o oceanógrafo David Zee disse que dificilmente a água estava limpa naquele momento:
— Como choveu muito, a água da chuva passa lavando o lençol freático do entorno, que é contaminado, e chega ali com muita matéria orgânica.
Para um funcionário que faz a manutenção da água, mas pediu para não se identificar, o fechamento dos três banheiros da área de lazer também influencia na balneabilidade:
— Aqui já foi bem organizado. De repente, parou tudo. Hoje, não dá para descartar a possibilidade de a pessoa urinar na água.
Procurada, a Subsecretaria de Esportes e Lazer não comentou a interdição dos banheiros. O Piscinão de Ramos foi inaugurado em 2001 pelo estado e repassado para a prefeitura em 2007.
A situação é muito pior em São Gonçalo, onde o piscinão é administrado pelo estado desde 2004. Lá, bandidos já furtaram até postes. A Secretaria estadual de Esporte, Lazer e Juventude informou que busca parcerias para revitalizar o espaço.
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