Misofonia: Conheça síndrome de quem tem aversão a ruídos
Ruídos, em geral, são sons que nos causam incômodo, sobretudo quando são emitidos repetidamente. O nhec-nhec do colchão de molas, o tic-tac do relógio, o crec-crec da mastigação, o vrum-vrum do ventilador são alguns exemplos clássicos de “barulhinhos chatos” que ninguém gosta.
Em tese, dá para conviver com eles sem grandes problemas. É assim com a maioria das pessoas, certo? Mas não com todas! Há casos em que esse desconforto realmente alcança um grau de intensidade tão elevado a ponto de desafiar a compreensão de quem nunca ouviu falar da chamada misofonia - também conhecida por Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som (SSSS).
Ruídos que, geralmente, apenas nos incomodam, em certas pessoas, podem desencadear reações de profunda irritabilidade, fúria e até mesmo pânico.
O que muitos não sabem (até mesmo quem tem o problema), é que essa perturbação vai além da questão audiológica. A misofonia é uma doença mais psiquiátrica ou neurológica do que propriamente audiológica.
Isso porque o indivíduo com essa condição tem um sistema auditivo normal. Testes, como a audiometria, não apresentam nenhuma alteração, de modo que o diagnóstico é clínico, baseado na queixa da pessoa. Indivíduos diagnosticados com misofonia, geralmente, apresentam outras condições associadas, como ansiedade, TOC e autismo.
Outro aspecto que merece atenção é que a misofonia não está necessariamente associada à exposição a sons de alta intensidade, ela está mais ligada à repetição dos sons.
Embora atinja um contingente pequeno da população, qualquer pessoa pode desenvolver intolerância a sons em um momento da vida, sobretudo se tiver um diagnóstico psiquiátrico ou neurológico associado.
A recomendação a quem tem o problema é ficar em ambientes mais silenciosos, onde existam menos ruídos que o irritem. A depender do diagnóstico, também pode ser necessário uma abordagem multidisciplinar, por meio de um trabalho conjunto que envolve otorrinolaringologista, psiquiatra e psicólogo. Os tratamentos, geralmente, envolvem terapia cognitivo comportamental, acompanhamento psiquiátrico e musicoterapia.
ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar