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Mitos e verdades sobre como a maconha age no corpo

Por Portal Do Holanda

26/06/2024 11h16 — em
Saúde e Bem-estar


Foto: Reprodução Pexels

Após nove anos de julgamento, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (25) a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, e irá estabelecer uma quantidade específica para diferenciar usuários de traficantes.

A maconha, ou cannabis, é uma substância que gera muita controvérsia, com muitos mitos sobre o assunto. Confira o que dizem os especialistas e saiba o que é verdade e o que mito sobre como a maconha age no corpo.
 

Mito: A maconha não tem nenhum efeito terapêutico comprovado

De acordo com o Dr. Ethan Russo, neurologista e pesquisador de cannabis, "Há evidências científicas substanciais de que a cannabis pode ser eficaz no tratamento de certas condições médicas, como dor crônica, espasticidade em esclerose múltipla e náusea induzida por quimioterapia." Estudos também apontam que os canabinoides presentes na maconha, como o THC e o CBD, possuem propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e neuroprotetoras.


Verdade: O cigarro é mais prejudicial que a maconha

O cigarro tem um potencial de vício e de mortalidade muito maior que a maconha. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Em relação à maconha, não há casos documentados de morte pelo uso.

Mito:  É possível ter overdose e morrer por consumo exagerado

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), não há evidências de morte por overdose pelo uso de maconha. Ou seja, não é possível morrer diretamente pelo consumo de maconha.

No entanto, a médica Carolina Nocetti alerta para as causas indiretas, reforçando que a maconha é uma droga e possui contraindicações. Mesmo sem causar overdose fatal, o uso excessivo pode levar a situações perigosas, como acidentes, problemas de saúde mental e interações adversas com outras substâncias.

Mito: A maconha causa perda permanente de QI

Segundo uma revisão de estudos feita pelo Dr. Igor Grant, psiquiatra da Universidade da Califórnia, San Diego, "Embora alguns estudos sugiram que o uso pesado de maconha durante a adolescência possa estar associado a pequenas reduções no QI, esses resultados não são conclusivos e mais pesquisas são necessárias para entender a verdadeira extensão desses efeitos. Muitos fatores, incluindo o ambiente social e a genética, também desempenham um papel."

Mito : Todos que usam maconha acabam viciados

A Dra. Yasmin Hurd, diretora do Instituto de Dependência de Mount Sinai, afirma que "Embora a maconha possa ser viciante, a taxa de dependência é relativamente baixa comparada a outras substâncias como álcool e nicotina. Cerca de 9% dos usuários de maconha desenvolvem dependência, em comparação com 15% para álcool e 32% para tabaco."

Mito: Maconha é 'porta de entrada' para outras drogas

A maconha é a droga ilegal mais usada, mas não há qualquer evidência de que cause reações químicas no corpo que levem ao desejo por drogas mais fortes. O médico Luís Fernando Tófoli, professor do Departamento de Psiquiatria da Unicamp e pesquisador sobre políticas de drogas, alerta, entretanto, que a relação entre o uso de maconha e a transição para outras drogas pode ser mais influenciada por fatores como ambiente, contexto social e comportamentos de risco associados, em vez de um efeito químico direto da substância.

Mito: Maconha recreativa e maconha medicinal são a mesma coisa

A quantidade e a forma de uso são totalmente diferentes. No uso recreativo, o usuário fuma um cigarro com as flores da planta Cannabis sativa, ou ingere dentro de alimentos como bolos e doces.

Já no uso medicinal o paciente usa óleos, pomadas, extratos ou medicamentos  feitos a partir de substâncias presentes na maconha. Utilizados para tratar sintomas de condições como epilepsia, Parkinson e dores crônicas.

A planta Cannabis sativa é composta por diversas substâncias químicas chamadas de canabinoides. Os mais conhecidos são o tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos efeitos psicoativos, e o canabidiol (CBD), que possui efeitos terapêuticos e antipsicóticos.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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