Carla Rocha da Silva, de 23 anos, moradora de Mineiros (GO), descobriu inesperadamente que tem diabetes tipo 1 após enfrentar sintomas aparentemente aleatórios e recorrentes episódios de candidíase. Desde dezembro de 2021, Carla lidava com infecções frequentes e, após realizar exames de glicemia e tireoide em janeiro de 2022, recebeu o diagnóstico.

Ela começou a notar a candidíase repetitiva no final de dezembro de 2021 e inicialmente atribuiu o problema às festas de fim de ano e ao uso de roupas molhadas. No entanto, os sintomas persistiram, incluindo cãibras, emagrecimento rápido, cansaço extremo, sede excessiva e vontade frequente de urinar, que ela inicialmente pensou serem devido ao calor. A consulta com uma ginecologista resultou em exames que revelaram níveis de glicemia alterados, com um valor de 248 mg/dL, bem acima do normal.

O diagnóstico foi um choque para Carla, que não sabia que diabetes envolvia mais do que a restrição ao consumo de doces. O impacto emocional foi grande, especialmente ao perceber que o emagrecimento rápido era um sintoma da doença, e não uma conquista desejada.

Para lidar com a condição, Carla iniciou uma dieta restritiva e monitorou sua glicemia com rigor, evitando açúcar e controlando carboidratos. Apesar das dificuldades, ela decidiu compartilhar sua jornada nas redes sociais para ajudar outras pessoas a reconhecerem os sintomas da diabetes e procurarem ajuda médica. 

O que é candidíase de repetição?

A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida, que geralmente faz parte da flora vaginal sem causar problemas. Quando há crescimento descontrolado do fungo, pode ocorrer uma infecção com sintomas como corrimento branco amarelado e coceira intensa. Para pessoas com diabetes, a candidíase pode ser um problema recorrente devido ao aumento do açúcar no sangue, que favorece a proliferação da Candida.

Ana Paula Beck, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a diabetes descontrolada pode levar a episódios frequentes de candidíase, pois o excesso de açúcar no sangue favorece o crescimento do fungo. 

A manutenção de um controle glicêmico adequado é fundamental para prevenir infecções. Beck ressalta a importância de tratamentos antifúngicos e uma boa higiene, mas também alerta sobre o risco aumentado de infecções urinárias e candidíase devido a medicamentos que liberam glicose na urina. Além disso, recomenda evitar roupas apertadas e optando por roupas íntimas de algodão. Em caso de sintomas persistentes, é essencial ajustar o tratamento e manter uma vida saudável com acompanhamento médico.