Maurício Kubrusly, jornalista que marcou época entre 2000 e 2010 no quadro "Me Leva, Brasil", do Fantástico, enfrenta uma nova etapa em sua vida após ser diagnosticado com demência frontotemporal, uma doença neurodegenerativa sem cura, em 2023. Aos 79 anos, Kubrusly trocou o agito de São Paulo pela tranquilidade de Serra Grande, no litoral sul da Bahia, onde vive ao lado da esposa, a arquiteta Beatriz Goulart, e do cachorro Shiva. 

A mudança para uma região mais pacata trouxe benefícios significativos. Segundo relatos de pessoas próximas, a proximidade com a natureza e uma rotina menos estressante contribuíram para uma melhora nos sintomas da doença. O jornalista, que perdeu a capacidade de falar recentemente, mantém como hábito diário caminhadas pela Praia do Sargi.  

A demência frontotemporal, condição que também afeta o ator Bruce Willis, compromete os lobos frontal e temporal do cérebro, impactando funções como comportamento, linguagem e tomada de decisões. Diferente do Alzheimer, a doença inicialmente afeta habilidades comportamentais e de comunicação, sendo frequentemente marcada por alterações de humor, perda de inibição e dificuldade de empatia. O avanço da doença, no entanto, trouxe desafios ainda mais profundos para Kubrusly, como a perda da capacidade de leitura e o uso do celular.  

Beatriz Goulart revelou que o marido chegou a considerar a eutanásia, inspirando-se na decisão de Antonio Cicero, poeta diagnosticado com Alzheimer. Ela conseguiu demovê-lo da ideia e tem se preparado para enfrentar as mudanças trazidas pela progressão da doença, incluindo a possibilidade de que ele não mais a reconheça. 

A trajetória do jornalista será revisitada no documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí, produzido pela equipe de jornalismo da TV Globo. O filme foi exibido na Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte, e estará disponível no Globoplay ainda em dezembro, relembrando a história de um dos repórteres mais carismáticos da televisão brasileira.