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Amazonas enfrenta dificuldade para comprar oxigênio em meio ao segundo pico da Covid-19

Por Folha de São Paulo

11/01/2021 7h32 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A dificuldade para comprar cilindros de oxigênio agrava o já caótico cenário do novo pico da Covid-19 no Amazonas, o que inclui superlotação dos hospitais e prontos-atendimentos, falta de leitos, macas nos corredores e mortes de pessoas em casa, sem assistência médica.

Segundo o governador Wilson Lima (PSC), os fornecedores de oxigênio da região não têm capacidade de atender a demanda crescente do estado por causa da ampliação de leitos para pacientes com a Covid-19.

Lima disse, em vídeo divulgado nas redes sociais, que o número de leitos aumentou de 457 para 1.164 e o volume de oxigênio líquido contratado pelo governo durante a pandemia passou de 176 mil para 850 mil metros cúbicos por mês, um acréscimo de 382,9%.

"Estamos entrando em uma situação dramática. E se nada for feito nós próximos dias ficaremos sem esse produto", afirmou.

O governo pediu ajuda às Forças Armadas para transportar cilindros de outros estados para o Amazonas e estuda a possibilidade de montar miniusinas de oxigênio. Além disso, Lima pediu que outros governantes indiquem empresas que possam fornecer o produto.

"Nós temos dinheiro em caixa, mas não conseguimos comprar o produto aqui na região", afirmou.

Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há, no momento, 1.450 pacientes internados. Desse total, 973 pacientes estão em leitos das redes pública e privada, 450 em UTIs e 27 em salas vermelhas, estruturas voltadas à assistência temporária para estabilização.

Outros 417 pacientes aguardam a confirmação do diagnóstico.

Em Manaus, 62 vítimas da Covid-19 foram sepultadas neste domingo (10) em cemitérios públicos e particulares da capital. Quatro sepultamentos foram de casos suspeitos da doença.

De acordo com informe funerário da prefeitura, 27 pessoas morreram em casa.

Os registros diários de mortes em casa começaram a aumentar depois do Natal. Nos três primeiros dias contabilizados de 2021 (2 a 4 de janeiro) foram 33 mortes em domicílio, média de 11 por dia, quase o dobro da média diária do mês de dezembro, que já tinha registrado aumento em relação a novembro.

No primeiro pico da pandemia no Amazonas, em maio de 2020, foram registradas 401 mortes em domicílio, média de 13 por dia, segundo a prefeitura.

Desde o início da pandemia, o Amazonas confirmou 213.961 casos da Covid-19, sendo que 89.570 são de Manaus (41,86%) e 124.391 do interior do estado (58,14%).

Na capital, até este domingo foram registradas 3.716 mortes. No interior, 61 cidades tiveram mortes causadas pela doença, em um total de 1.985 casos.

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