Após cinco anos, Brasil recupera certificado pela erradicação do sarampo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil foi recertificado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) nesta terça-feira (12) pela eliminação de sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita. Desde 2022, o país não registra nenhum caso das doenças. Na segunda (11) o Brasil recebeu, também da Opas, o certificado de país livre de filariose linfática, doença conhecida como elefantíase.
Esta é a segunda vez que o Brasil recebe o certificado por erradicação do sarampo. O primeiro foi entregue em 2016, mas perdido em 2018 após fatores como fluxo migratório de países vizinhos, reintrodução do vírus no Brasil e novos surtos da doença no período, foram registrados 39.779 casos.
O último registro da doença autóctone, ou seja, com transmissão no Brasil, ocorreu um junho de 2022, no Amapá. O governo federal diz ter atuado na vacinação em fronteiras, na busca ativa de casos e com o dia de combate ao sarampo.
Com a conquista do Brasil, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico, segundo o Ministério da Saúde. A região é a que mais recuperou a cobertura vacinal depois da pandemia, de acordo com Jarbas Barbosa da Silva, diretor da OPAS.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a certificação representa o alcance da vacina do sarampo no país.
"É um dos meios de proteger toda a nossa sociedade de doenças como esta, então a vacina tem que vir junto com a vacinação. Não adianta ter a tecnologia se ela não chega ao povo", afirmou.
O sarampo é uma doença viral que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreia intensa, infecção de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro).
Como o sarampo continua a circular em outras regiões do mundo, o risco de reintrodução nas Américas persiste, especialmente em crianças que não estão totalmente vacinadas, segundo o Ministério da Saúde.
A pasta reforça a importância da vacinação para prevenir casos graves e óbitos causados pelo sarampo. Hoje, no país, a vacina utilizada no combate da doença é a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A cobertura da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, chegou a 92,3%.
A recomendação de imunização é de duas doses para pessoas com idades entre 12 meses e 29 anos e de dose única para adultos de 30 a 59 anos.
A transmissão do vírus do sarampo ocorre principalmente por vias aéreas tosses e espirros, por exemplo. Dentre os principais sintomas da doença estão manchas vermelhas no corpo, febre acima de 38,5°, tosse seca, conjuntivite, nariz congestionado e mal-estar.
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