Diretora da Faculdade de Medicina da USP compara greve estudantil com holocausto e pede desculpas
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloísa Bonfá, emitiu uma nota na manhã desta quinta-feira (21) pedindo desculpas após comparar a greve estudantil nas dependências da universidade com o Holocausto.
Na nota publicada no site da faculdade, Bonfá reconhece a necessidade de esclarecer uma menção que fez em um encontro recente com alunos em greve.
"Quero enfatizar que, ao mencionar eventos históricos de grande dor e sofrimento, como o Holocausto, em comparação com as ações tomadas durante a greve estudantil, fiz uma escolha de palavras inadequada e retifico minhas palavras", disse a diretora.
Segundo ela, a intenção nunca foi estabelecer uma comparação direto entre "esses dois contextos tão distintos".
"O objetivo de minha fala era refletir sobre a importância da memória e do respeito mútuo dentro de nosso ambiente acadêmico, enfatizando que comportamentos marcados por desrespeito e agressividade devem ficar registrados para que não mais se repitam dentro do ambiente acadêmico", afirmou.
A médica completa dizendo que acredita na capacidade da comunidade da faculdade em resolver conflitos por meio de diálogo, compreensão e respeito às diferentes perspectivas.
"Comprometo-me a promover esses valores e a trabalhar incansavelmente para que nosso ambiente acadêmico seja um espaço de crescimento, aprendizado e respeito mútuo", finaliza.
Bonfá foi a primeira mulher a assumir a direção da Faculdade de Medicina da USP em 110 anos. Ela também foi a primeira à frente da diretoria clínica do Hospital das Clínicas, associado à faculdade.
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