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Funcionário de comunidade terapêutica de Cotia (SP) admite agressões a paciente que morreu

Por Folha de São Paulo

10/07/2024 20h15 — em
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Matheus de Camargo Pinto, 24, monitor da Comunidade Terapêutica Efatá, em Cotia, na Grande São Paulo, onde morreu Jarmo Celestino de Santana, 55, na segunda-feira (8), admitiu em depoimento à Polícia Civil que praticou agressões contra o interno.

O paciente, que era dependente químico e foi internado para tratamento, morreu na segunda-feira (8).

Matheus disse em depoimento que Jarmo deu entrada por volta das 20h de sexta (5). Afirmou que o paciente estava transtornado e precisou ser contido por ele e pelo casal de proprietários da clínica, com uso da força, e que por isso o paciente foi arremessado ao chão.

Relatou, ainda, que os funcionários que buscaram o paciente em casa para a internação também o agrediram no momento em que o deixaram na clínica.

No sábado (6), por volta das 7h30, Jarmo teria tentado agredir outros dois monitores, ainda segundo o depoimento de Matheus. Ele então disse que foi obrigado a contê-lo e que entrou em luta corporal com o interno.

Por volta das 10h, Jarmo passou a danificar o quarto onde estava, relatou Matheus. Os outros dois monitores foram até o cômodo para contê-lo e mais uma vez o paciente foi agredido fisicamente, inclusive com um mata-leão. O quarto passou por limpeza, e o interno ficou lá sozinho.

Já na segunda, por volta das 7h30, disse que ofereceu café da manhã para Jarmo, que relutava dizendo que queria ir embora. Por volta das 13h, voltou ao quarto do paciente para servir o almoço, mas o encontrou caído no chão. Segundo o depoimento, o interno foi socorrido de imediato e levado para o pronto-socorro de vargem Grande Paulista, onde morreu.

Matheus contou que trabalhava na clínica como monitor havia apenas 12 dias, que é ex-usuário de drogas e que ficou internado por sete meses. Ele foi preso sob acusação de homicídio, e a prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela Justiça. Quem o representa é a Defensoria Pública.

Procurada, a advogada da clínica disse que não se pronunciaria porque os donos já prestaram esclarecimentos na delegacia. Terezinha Cordeiro de Azevedo afirmou ainda que seus clientes não tinham conhecimento das agressões por parte de Matheus e que não estavam no local no momento das agressões.

Uma equipe do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil de São Paulo, que deu apoio à ocorrência, obteve um áudio de um grupo de mensagens em que o monitor fala a terceiros sobre as agressões que havia praticado. O caso foi registrado como tortura na Delegacia de Cotia.

Imagens exibidas pela TV Bandeirantes mostram a vítima sentada em uma cadeira, com as mãos presas, enquanto pessoas ao redor dão risada e comentam sobre seu debilitado estado de saúde.


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