Guerra deveria ser contra mudança do clima, não tarifária, diz Marina sobre Trump
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou nesta quinta-feira (3) a guerra tarifária liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que ela arrisca deslocar recursos que poderiam ser usados para ações climáticas.
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"Essa guerra tarifária não é boa para ninguém, evidentemente. Pode até trazer algum impacto político interno inicial, mas os especialistas todos dizem que tem um preço a ser pago, inclusive em risco de recessão dentro do próprio país que está fazendo a guerra tarifária", disse Marina, após uma reunião de ministros de Meio Ambiente do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egito, Irã e Indonésia).
Marina disse ainda que um rompimento contra o multilateralismo como a empreendida por Trump "prejudica muito a cooperação e ação climática conjunta".
Na quarta-feira (2), Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre todos os parceiros comerciais dos EUA, o que atinge o Brasil. Um grupo de nações que o republicano acusa de serem desleais comercialmente com os americanos recebeu sobretaxas ainda mais altas, como a China (34%).
A ação de Trump aprofunda a guerra comercial encabeçada por ele. Ela citou ainda crises geopolíticas como as guerras na Ucrânia e em Gaza como outros fatores que dificultam a a coordenação dos países em temas climáticos.
"Tem um problema que é minar a cooperação e solidariedade e, além do mais, cria situações de insegurança que faz com que países comecem a deslocar recursos que poderiam estar sendo usados para financiamento climático, para a proteção da biodiversidade, agora em investimento em mais segurança", afirmou.
"Neste momento, no lugar de fazer guerra um com outro, bélica ou tarifaria, deveríamos estar fazendo guerra contra pobreza, mudança do clima, desertificação e perda de biodiversidade. "
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