Homem é preso acusado de maus-tratos e fazer experimentos em 16 gatos no DF
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CAMPINAS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um psicólogo de 30 anos foi preso pela Polícia Civil no Distrito Federal acusado de maus-tratos e fazer experimentos em pelo menos 16 gatos. Ele já vinha sendo investigado após uma série de adoções consideradas suspeitas. Uma audiência de custódia foi realizada na manhã desta quarta-feira (26), e ele permaneceu preso.
Pablo Stuart Fernandes Carvalho foi preso preventivamente na noite de ontem. Ele é apontado como autor de uma série de crimes de maus-tratos contra gatos tigrados no Gama (DF). A ordem de prisão foi expedida pela Justiça após solicitação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA) da Polícia Civil do DF.
Ele foi indiciado 16 vezes pela prática de maus-tratos a animais, e pode ser condenado à prisão por um período de dois a cinco anos para cada vez que o crime foi praticado, segundo a Lei de Crimes Ambientais. De acordo com a Polícia Civil, novas vítimas continuam surgindo, e o número de indiciamentos pode aumentar conforme o andamento dos trabalhos.
As investigações apontaram que ele selecionava gatos de pelagem tigrada, e utilizava um discurso protetivo e emotivo para convencer protetores e cuidadores a concederem os animais para adoção. No entanto, segundo relatos, após a adoção, os gatos desapareciam sem justificativas.
Áudios obtidos pela Polícia Civil revelam que o psicólogo dizia realizar experimentos com os animais adotados, e que isso pode ter resultado na morte de alguns deles. Em um dos áudios, o homem afirma ter tido momentos de surto e abandonado dois gatos que havia adotado.
Uma protetora conseguiu recuperar um dos gatos que estavam com o acusado. O animal foi encontrado com uma fratura em uma das pernas, segundo relatório de um médico veterinário. O gato passou por cirurgia e estará disponível em breve para adoção responsável.
Na semana passada, antes de ser preso, o homem foi interrogado pela polícia. Ele estava acompanhado de seu advogado, e optou por permanecer em silêncio, não respondendo às perguntas feitas pelos policiais. Um inquérito foi aberto na ocasião, resultando na prisão do psicólogo ontem.
A DRCA pede que protetores que tenham entregue animais para adoção ao suspeito procurem a unidade especializada.
Em nota, a defesa do psicólogo afirma que a acusação de maus-tratos a animais não tem fundamentos sólidos, e que trabalhará para comprovar a inocência do acusado. Confira a íntegra:
"A defesa de Pablo Stuart Fernandes Carvalho informa que tomou conhecimento de sua prisão preventiva em 25 de março de 2025, por volta das 18h, e que compareceu à audiência de custódia realizada na manhã de hoje, às 11h, para acompanhá-lo. Destacamos que, por se tratar de uma prisão preventiva - e não em flagrante - sua legalidade não poderia ser questionada neste momento processual. Ressaltamos que a acusação de maus-tratos a animais, conforme apresentada no inquérito policial, carece de fundamentos sólidos. A defesa confia na inocência de Pablo Stuart Fernandes Carvalho e trabalhará para comprová-la ao longo da instrução processual", disse Diego Marques Araújo, advogado de Pablo Stuart de Carvalho.

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