Indígenas encerram ato em Brasília com pressão sobre COP30 e críticas a ação policial
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Carta aberta divulgada no encerramento da programação do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior manifestação indígena do Brasil, nesta sexta-feira (11), em Brasília, cobra medidas da comissão da COP30 e critica ação da Polícia Legislativa na quinta-feira.

Os caras que fizeram o nome de Jesus
"A exploração de combustíveis fósseis impacta diretamente nossos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e a própria Mãe Terra. A resposta à crise climática exige uma transição energética justa e sustentável", diz trecho do texto assinado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), organizadora do ATL.
Ao todo, cerca de 8.000 pessoas participaram do evento, segundo a organização.
Na quinta, o ATL lançou uma proposta de meta climática, a chamada NDC (sigla em inglês para "contribuição nacional determinada"), que aponta o corte de carbono de cada país. A cerimônia contou com a presença de André Corrêa do Lago, embaixador e presidente da COP30, a conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas) que acontecerá em Belém em novembro.
Na mesma ocasião, o movimento anunciou a Comissão Internacional dos Povos Indígenas, criado para garantir mais participação na conferência do clima. O grupo conta com a parceria dos países da bacia amazônica, Austrália e ilhas do Pacífico.
"A comissão nasce do acúmulo de lutas coletivas e do compromisso de garantir que, na COP30, os povos originários não estejam apenas à margem, mas no centro do debate climático", continua a carta da Apib.
O documento traz ainda críticas a ação da Polícia Legislativa, que usou bombas de gás e spray de pimenta contra indígenas que participaram de uma marcha na Esplanada dos Ministérios, em frente do Congresso Nacional, na noite de quinta.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL) foi uma das atingidas pela ação. Ela relatou passar mal após o ataque. A parlamentar discursou antes da divulgação da carta da Apib e atribuiu o ataque a "racismo e violência institucional" por parte do Congresso Nacional.
"Ressaltamos que a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida", diz nota da presidência do Senado.
"A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares".

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