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Ladrões em motos atacam moradores no entorno do Ibirapuera, em SP

Por Folha de São Paulo

27/12/2024 22h45 — em
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ação de criminosos no entorno do parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, tem assustado moradores da região e frequentadores de uma das principais áreas verdes da cidade.

Na tentativa de aumentar a sensação de segurança, câmeras de monitoramento estão espalhadas por diversos trechos da região. Elas captam as ações e mostram a dinâmica adotada pelos bandidos, que agem de modo semelhante, com o auxílio de motos, como forma de ganhar agilidade para assaltar e fugir.

Uma das câmeras gravou quando um casal foi atacado na manhã de 22 de novembro na rua Nun Álvares, no Jardim Lusitânia, nas proximidades do portão 6 do parque. Eles caminhavam pela via quando foram abordados por dois homens em uma motocicleta. Um terceiro ladrão acompanhou a cena de longe. Ele também estava em uma moto.

O casal tentou correr, com cada um indo para um lado da via, mas o bandido armado conseguiu parar a mulher. A gravação não mostra se ela teve algum pertence roubado. Os bandidos fugiram em seguida.

Uma outra imagem mostra um homem sendo abordado por dois homens em uma única motocicleta na rua Dom Henrique na manhã de 12 de novembro. A vítima tentou fugir, mas parou quando uma arma foi apontada para ela. A mochila dela foi tomada.

Em um outro caso, um homem foi surpreendido por ladrões em uma moto pouco tempo depois de sair do carro na rua Comandante Ismael Guilherme. A ação, por volta das 5h30 de 1º de novembro, durou pouco mais de um minuto.

Os três trechos mencionados são travessas da rua Macau, uma pequena via que termina em frente ao portão 6 do parque.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública paulista disse as forças policiais atuam em conjunto em todo o estado, incluindo na região do parque, visando coibir todos os tipos de modalidade criminosa.

"Para isso, é essencial o registro do boletim de ocorrência, seja pela Delegacia Eletrônica ou pelas unidades territoriais. Todo caso é investigado". De acordo com a pasta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), "os esforços das policiais Civil e Militar resultaram na queda no número de roubos em 11,8%, de janeiro a outubro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, no 36° Distrito Policial -responsável pela região citada".

Conforme o presidente da Sojal (Associação dos Amigos e Moradores do Jardim Lusitânia), Nelson Cury, os roubos tiveram início com ocorrências esporádicas que se intensificaram a partir de setembro.

"Motoqueiros que vinham pelas manhãs, a partir das 5h30, e assaltavam os usuários do parque que vinham de carro e estacionavam no bairro. Eram imediatamente abordados quando saíam dos seus carros", relata Cury, 67.

De acordo com ele, pessoas vindas das estações de metrô ou dos corredores de ônibus também são vítimas dos ladrões.

Cury afirma que o bairro teve uma melhora na segurança em novembro, depois de várias reuniões entre a associação e as autoridades policiais, principalmente com a Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, que criaram operações.

"Desde o início do ano temos um projeto de segurança privado funcionando em nosso bairro, utilizando câmeras inteligentes e viaturas, por ausência de policiamento e por conta dos impactos de usuários do parque Ibirapuera. Um projeto caro, porém necessário", acrescenta Cury.

A paisagista Helena Neves, 55, diz ter deixado a Granja Viana, em Cotia (Grande SP), para morar na região do Ibirapuera por questões de segurança. Entretanto, com o conhecimento dos casos de violência no entorno dp parque, onde ela costuma passear, passou a tomar mais cuidado.

Ela caminhava com um cachorro quando parou para conversar com reportagem na avenida IV Centenário, justamente em um dos pontos mais vulneráveis de roubos, de acordo com a associação de moradores. Helena conta que evita o uso do celular e nas ruas. Ela também diz tomar mais cuidado em passeios noturnos quando está sozinha. "É uma pena, porque o parque é uma delícia a noite."

A professora de educação física Adriana Rustom, 52, relata que frequenta o parque para se exercitar. Ela também afirma ter conhecimento dos crimes na região e que toma a mesma precaução com o celular para evitar ser vítima de motoqueiros armados.

A Urbia, concessionária que administra o Ibirapuera, disse acompanhar a queda dos registros de casos de furtos e roubos dentro das áreas da concessão. "No entanto, o seu entorno vem enfrentando os mesmos desafios de outras áreas da cidade, com a escalada de casos de furtos e roubos", diz a nota. A empresa afirmou, mesmo o espaço sendo considerado um dos mais seguros da cidade, ter solicitado formalmente à prefeitura o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana na região.

"A segurança interna do parque é uma responsabilidade compartilhada: enquanto a GCM e a Polícia Militar de São Paulo atuam diretamente na proteção das pessoas, a Urbia se encarrega da segurança do patrimônio. Portanto, realiza a vigilância e oferece suporte operacional e tecnológico para promover um ambiente seguro e acolhedor", afirma.

Conforme a Urbia, o parque possui 255 câmeras próprias instaladas em pontos estratégicos, todas integradas ao Centro de Controle Operacional da concessionária.

Mesmo com tantos ataques na região, as estatísticas criminais estão em queda em quatro delegacias localizadas no perímetro.

O 15º DP (Itaim Bibi) viu a quantidade de roubos registrados recuar de 1.788 entre janeiro a outubro de 2023 para 1.269 neste ano. No 27º DP (Campo Belo), as ocorrências registradas de roubo caíram de 1.513 para 1.204. Situação semelhante é observada no 36º DP (Vila Mariana), com um declínio de 126 ocorrências (de 1.069 para 943). Já o número de roubos computados na área do 96º DP (Monções) passou de 1.818 para 1.434.


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