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Marina Silva diz que foram identificados locais em que começaram incêndios no pantanal

Por Folha de São Paulo

01/07/2024 20h45 — em
Variedades



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse nesta segunda-feira (1º) que foram identificados 18 locais de onde começaram os focos de incêndio no Pantanal, e a Polícia Federal (PF) está investigando a autoria dos crimes.

De acordo com a titular da pasta, foi possível a identificação de onde começaram as queimadas a partir de imagens de satélite, repassadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para a PF.

Marina disse ainda que 85% dos incêndios na região estão ocorrendo em propriedades privadas.

"A Polícia Federal está fazendo a investigação. O que nós podemos dizer é que a maioria dos incêndios estão acontecendo em propriedades privadas", disse.

"E o que nós também estamos afirmando é que a história de que pode ser por raio, descarga de raio, não é. É por ação humana", completou.

As declarações foram dadas a jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, após reunião da Sala de Situação sobre a crise na Casa Civil.

O tamanho da devastação causada pelo fogo no pantanal chegou a 327 mil hectares atingidos por incêndios, de janeiro até 11 de junho, o equivalente a duas vezes a área da cidade de São Paulo.

Os dados são do Lasa (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais), do departamento de meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A extensão é 54% maior do que a afetada pelas chamas no mesmo período em 2020 -considerado o pior ano de queimadas no bioma-, quando 241,7 mil hectares queimaram até a data. Naquele ano, porém, a crise se intensificou no segundo semestre.

Até o último dia 14, o bioma já teve, em 2024, 2.019 focos de incêndio, segundo a plataforma BD Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em comparação, em 2023, durante o mesmo período, foram 133 focos.

Para especialistas, a situação atual é resultado de seca severa no bioma, que se arrasta pelos últimos anos e foi potencializada pelo fenômeno climático El Niño, e de falta de articulação para ações preventivas contra o fogo.

Os picos de queimadas no bioma costumam ocorrer em setembro. Assim, com a situação já agravada no primeiro semestre e vinda de um fim de ano com alta de incêndios (em novembro de 2023, foram 4.134 focos de calor, o maior índice já medido pelo Inpe para o período), a ONG SOS Pantanal encaminhou nesta semana uma nota técnica cobrando ações.

O documento foi endereçado aos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ICMBio e Ibama, exigindo um trabalho conjunto mais eficiente e alinhado.


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