Mulher se torna policial e prende assassino do pai 25 anos depois do crime, em Roraima
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma escrivã da Polícia Civil de Roraima participou da investigação e prisão de um homem condenado pelo assassinato de seu pai depois de 25 anos do crime. Gislayne Silva de Deus deu voz de prisão ao criminoso na quarta-feira (25).
"Com a prisão dele, lavei minha alma e a de toda minha família. Foi o encerramento de um ciclo. Hoje temos paz e o sentimento de que a justiça foi feita", disse a policial.
Gislayne afirmou ainda que o desfecho marca o fim de uma longa jornada de dor e luta. "A prisão dele representa não apenas a reparação de uma injustiça, mas também o poder da perseverança em nome da Justiça."
O homem, que já tinha a prisão decretada de forma definitiva desde 2019, foi localizado em uma região de chácaras no bairro Nova Cidade, em Boa Vista. Raimundo Alves Gomes, 60, desapareceu após o crime, em 1999, e sumiu desde então.
O caso ocorreu em 16 de fevereiro daquele ano, quando a vítima, então com 36 anos, foi morta com um tiro à queima roupa, em um bar no bairro Cambará, na capital roraimense. Givaldo José Vicente de Deus foi assassinado por uma dívida de R$ 150.
De acordo com depoimentos à polícia na época, a vítima tinha ido até o estabelecimento quando foi cobrado por Raimundo Alves Gomes. A dona do bar disse que o criminoso chegou ao local armado e que ela tentou alertar Givaldo, mas ouviu o disparo em seguida.
O assassino chegou a ficar preso por 17 dias, mas foi solto e respondeu pelo crime em liberdade.
Foi só em 2016 que o caso foi a julgamento no Tribunal do Júri, do Tribunal de Justiça de Roraima. Raimundo Gomes foi condenado a 12 anos de reclusão em regime fechado pelo homicídio. Com o primeiro mandado de prisão expedido em seu nome, ele foi considerado foragido.
Gislayne era a mais velha de cinco filhos de Givaldo de Deus e tinha 9 anos quando perdeu o pai. A filha mais nova da vítima tinha apenas 2 anos na época.
Formada em Direito, a primogênita decidiu seguir a carreira policial, e passou no concurso da Polícia Penal, em 2022, e, posteriormente, no da Polícia Civil de Roraima. Ela tomou posse no cargo de escrivã da corporação em julho deste ano.
Lotada na DGH (Delegacia Geral de Homicídios), Gislayne ajudou os policiais a prender o autor do crime. Ela reuniu informações sobre o paradeiro do homem e localizou o último mandado de prisão, expedido em 2019 pela Justiça de Roraima..
"Foi através de mim que o senhor está aqui. O senhor vai pagar. Nem que seja minimamente, mas o senhor vai pagar", disse a policial no momento em que deu a ordem de prisão ao assassinado do pai, na DGH (Delegacia Geral de Homicídios).
Raimundo Alves Gomes passou por audiência de custódia na quinta-feira (26), que manteve a prisão. Ele foi encaminhado para o sistema prisional de Roraima. A reportagem não localizou a defesa do acusado.
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