Nosso sistema de transplante é seguro, diz secretária de Saúde do RJ após caso de órgãos infectados por HIV
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após seis pacientes que estavam na fila de transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro receberem órgãos contaminados pelo vírus HIV e, posteriormente, testarem positivo para a doença, a secretária de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, Claudia Mello, afirmou que o sistema de transplantes é seguro.
"A mensagem da Secretaria de Saúde, minha como secretária nesse momento, como servidora pública, é que nosso sistema de transplante é seguro, nós já salvamos milhares de vidas", disse Claudia.
A notícia da contaminação foi publicada pela BandNews FM e confirmada pela reportagem. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados. O laboratório privado PCS LAB Saleme, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. A Fundação Saúde é uma entidade pública vinculada à Secretaria de Estado da Saúde do Rio.
Segundo a secretária, a primeira notificação da contaminação ocorreu no dia 13 de setembro, sobre um caso de HIV envolvendo um receptor de transplante. Os exames iniciais indicavam que o doador estava negativo para o vírus, mas um reteste realizado pelo Hemorio apontou um resultado positivo. A partir desse momento, todas as testagens de doadores do laboratório PCS LAB foram transferidas para o Hemorio.
Em nota, o laboratório PCS LAB afirmou que "trata-se de um episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969".
Em 2 de outubro, um segundo caso foi reportado, com circunstâncias similares às do primeiro. "Houve ação imediata de interdição também desse laboratório como um todo. Esse laboratório não pode mais funcionar no país, nem prestar nenhum serviço de assistência à saúde, de prestação laboratorial. E também criamos, a partir daí, uma equipe multidisciplinar para ouvir essas pessoas", afirmou a secretária.
Como o sangue dos doadores fica armazenado no Hemorio, foram feitos testes, e dois doadores testaram positivo para o vírus. Até o momento, seis receptores que receberam órgãos desses doadores foram infectados por HIV.
Atualmente, estão sendo feitos retestes em outros 286 doadores que tiveram seu sangue analisado no laboratório entre dezembro de 2023 e 13 de setembro de 2024.
Ainda de acordo com a secretária, os testes utilizados pelo laboratório seriam certificados pela Anvisa. "O teste que foi apresentado fisicamente no momento da inspeção sanitária que aconteceu, a caixa do teste, o teste revelado é um teste qualificado pela Anvisa. Agora, com relação a cada etapa, de como ocorreu, de como cada etapa foi cumprida, é a sindicância que vai nos revelar", acrescentou.
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