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Operação em 7 estados mira rede de crimes de ódio contra menores na internet

Por Folha de São Paulo

15/04/2025 14h15 — em
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SÃO PAULO, SP E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz operação na manhã desta terça-feira (15) contra uma das maiores organizações criminosas do país voltadas à prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Agentes da DCAV (Delegacia da Criança e dos Adolescente Vítima) fazem diligências em em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.

Até o momento, dois homens foram presos e sete adolescentes, apreendidos, segundo a Polícia Civil.

A operação, batizada de Adolescência Segura, cumpre mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, além de internação provisória de adolescentes infratores, e conta com apoio de policiais civis de sete estados e do Ciberlab (Laboratório de Operações Cibernéticas), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A ação é resultado de uma investigação que mira uma rede criminosa "altamente estruturada", de acordo com a investigação. Entre os crimes apurados, estão tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo e crimes de ódio em geral.

As investigações começaram em 18 de fevereiro deste ano, quando um homem em situação de rua foi atacado por um adolescente com dois coquetéis molotov quando dormia. Ele teve 70% do corpo queimado. Um homem filmava o crime e transmitia em tempo real em uma plataforma online.

Policiais da DCAV descobriram que o ataque não foi um fato isolado. "Os administradores do servidor utilizado no crime compunham verdadeira organização criminosa altamente especializada em diversos crimes cibernéticos tendo como principais alvos, crianças e adolescentes", afirmou a Polícia Civil.

A atuação também chamou a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho dos policiais civis envolvidos no caso.

A investigação aponta que os criminosos atuavam em diferentes plataformas digitais, utilizando mecanismos de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar, em um cenário de extremo risco à integridade física e mental de crianças e adolescentes.

"A operação Adolescência Segura representa um marco significativo no combate à criminalidade digital no Brasil e reafirma o compromisso da Polícia Civil com a proteção dos direitos fundamentais da infância e da juventude, conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)", afirmou a Polícia Civil.

As investigações seguem para identificar os demais integrantes da organização criminosa.


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