Operação tenta prender suspeitos de participação na morte de ortopedistas no Rio em 2023
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) do Rio de Janeiro fazem operação na manhã desta sexta-feira (20) para prender investigados por envolvimento na morte de três médicos ortopedistas, em outubro de 2023, em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste.
Os cinco mandados de prisão e três de busca e apreensão foram expedidos pelo juízo da 2ª Vara Criminal da Capital e são cumpridos na zona oeste, em endereços na Cidade de Deus e no presídio Bangu 5, onde um dos alvos está preso.
A ação tem apoio da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil, além da DH (Delegacia de Homicídios).
Um dos alvos da operação é Giovanni Oliveira. Segundo as investigações da polícia, ele foi responsável por atuar como "batedor" na noite do crime, seguindo na frente de motocicleta para analisar o trajeto e confirmar que não havia policiais pelo caminho.
A investigação da Polícia Civil constatou que as vítimas foram mortas por engano. Membros do Comando Vermelho confundiram o médico Perseu Ribeiro Almeida, 33, com Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público de integrar a milícia de Rio das Pedras.
Segundo promotores, o Comando Vermelho queria matar Taillon para expandir a facção para a região de Jacarepaguá. Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado por investigações como chefe da milícia de Rio das Pedras. Pai e filho foram presos no fim de 2023 por outros crimes.
Dois dos médicos mortos eram de São Paulo, e o terceiro, da Bahia. Além de Perseu, foram mortos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35. Eles eram ortopedistas e estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia.
Uma das vítimas, Bomfim era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (SP) e também cunhado de Glauber Braga (RJ) que é casado com Sâmia.
Um outro médico, Daniel Sonnewend Proença, ficou ferido e sobreviveu.
O crime aconteceu por volta da 1h, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro.
Imagens de câmeras de segurança mostram que os quatro médicos estavam sentados em uma mesa do quiosque quando três homens, vestidos com roupas pretas, desceram de um carro branco parado do outro lado da via e começaram a atirar no grupo.
Após balearem os quatro ocupantes da mesa, os criminosos voltaram correndo ao veículo e foram embora sem roubar nada. A ação durou 27 segundos.
Os três médicos foram atingidos por pelo menos quatro tiros cada um.
Três envolvidos na morte dos médicos foram assassinados um dia depois por ordem da cúpula do Comando Vermelho, no chamado "tribunal do crime", segundo a polícia. Um quarto envolvido morreu em um acidente durante uma tentativa de roubo na Barra.
O Ministério Público denunciou parte da cúpula do Comando Vermelho que autorizou a ação: Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, líder do Comando Vermelho, Carlos da Costa Neves, o Gadernal, identificado como braço-direito de Doca, e os ex-milicianos que migraram para a facção Juan Breno Rodrigues, o BMW, e Francisco Glauber de Oliveira, o GL, atualmente preso.
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