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PM monta cerco e proíbe baile funk em Paraisópolis após menino ser baleado na favela

Por Folha de São Paulo

19/04/2024 22h00 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Equipes da Polícia Militar cercaram a favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na noite desta sexta-feira (19) com a intenção de evitar a realização de baile funk no local e de identificar e prender possíveis criminosos.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado confirmou o envio de reforço de policiais para o local. A justificativa dada é a realização de uma operação que visa combater roubos, furtos, e tráfico, além da realização dos conhecidos pancadões, como também são chamados os bailes.

"Dentre as estratégias, está a ocupação ostensiva prévia do território, com o intuito de dissuadir a formação de aglomerações, agindo de forma preventiva".

Moradores relataram por volta das 18h sobre a chegada de equipes da PM no entorno das ruas Ernest Renan, Melchior Giola e Herbert Spencer. O ponto fica próximo ao local onde um menino de sete anos ficou ferido após uma suposta troca de tiros entre criminosos e policiais militares na manhã de quarta-feira (17).

A criança seguia para a escola com a mãe quando o tiroteio começou. O menino apresentou um ferimento na altura da sobrancelha. Entre as possibilidades, a mais provável é que ele tenha sido atingido por um estilhaço de munição.

Segundo moradores e comerciantes, policiais militares exigiram na noite desta sexta que comércios fossem fechados. Na noite de quinta-feira (18) mulheres, homens e crianças se reuniram na favela para pedir paz.

O cerco à ocorre justamente no perímetro onde ocorre o baile da DZ7. Em 1º de dezembro de 2019, cerca de 5.000 pessoas estavam na festa quando uma operação da PM no local terminou com nove mortos. Ao menos outras 12 pessoas se feriram. Os mortos tinham entre 16 e 23 anos.

Nenhuma das vítimas morava no local. Havia entre elas estudantes, vendedores e desempregados que viviam em bairros como Capão Redondo, também na zona sul, Vila Matilde, na zona leste, e em cidades da Grande São Paulo, como Mogi das Cruzes.

Versão oficial dos policiais afirma ter havido perseguição policial a uma moto no entorno do baile. Então, eles teriam seguido criminosos até rua onde estavam concentrados os frequentadores da festa.

Em resposta à ação, frequentadores teriam atiraram pedaços de paus e pedras contra os policiais. Ainda conforme a polícia, o tumulto teria incitado uso de bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e cassetetes. Os suspeitos procurados pelos agentes não foram identificados ou presos.

Jovens feridos no tumulto e parentes das vítimas, porém, dizem que os policiais fizeram uma emboscada exclusivamente para acabar com o baile funk.

O Ministério Público denunciou 13 agentes sob acusação de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Todos respondem em liberdade. A Justiça ainda vai decidir se eles vão a júri popular.


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