Polícia pede prisão preventiva de PM que matou adolescente na Bahia
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil da Bahia pediu a prisão preventiva do policial militar Marlon da Silva Oliveira, que matou na noite do último domingo (1º) dois adolescentes que estavam rendidos em uma rua no bairro do Alto de Ondina, em Salvador.
Imagens gravadas por uma testemunha e divulgadas pela imprensa local apontam que o policial rendeu e revistou os dois adolescentes que estavam em uma moto. Ambos estavam deixados no chão, de bruços e com as mãos na cabeça quando são atingidos pelos disparos do revólver. Na sequência, o policial deixa o local em um carro banco.
O policial atirou ao menos 12 vezes contra os jovens que estavam deitados em via pública. Gabriel Santos Costa, de 17 anos, morreu no local. Um rapaz de 19 anos, cujo nome não foi divulgado, foi encaminhado em estado grave para o Hospital Geral do Estado, onde permanece internado.
Nesta segunda-feira (2), o policial militar que atirou nos adolescentes prestou depoimento na 1ª Delegacia de Homicídios de Salvador. Ele alegou ter agido em legítima defesa, segundo a Polícia Civil.
Os advogados da família de Gabriel, Pedro Fernandes e Dielson Monteiro, classificam o crime como uma execução: "Foi um crime brutal, os meninos estavam rendidos. Não há o que se falar em legítima defesa. Ele escolheu matar", afirmou Fernandes.
Como não houve flagrante e o suspeito se apresentou espontaneamente, o policial foi ouvido e liberado. A Polícia Civil ouviu outras testemunhas e também busca imagens capturadas por câmeras de videomonitoramento da região para auxiliar na conclusão do inquérito.
A prisão preventiva foi solicitada à Justiça na segunda-feira, mas o pedido não foi considerado como urgente pelo plantão judiciário.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia disse que a Polícia Civil adotou todas as medidas investigativas para esclarecer a motivação e dinâmica do crime. Também destacou que a Polícia Militar instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar o caso.
A Polícia Militar informou que "não compactua com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial" e destacou que colabora com as investigações.
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