Polícia prende 8 suspeitos de desvio de recursos da Apae de Bauru
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma operação da Polícia Civil de Bauru (SP) prendeu oito pessoas por suspeita de desviar recursos na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do município, nesta terça-feira (3).
A ação ocorre em paralelo à investigação ao assassinato da secretária-executiva da entidade, Claudia Regina da Rocha Lobo, 55, desaparecida desde o dia 6 de agosto.
Entre os alvos está o ex-presidente da Apae Bauru, Roberto Franceschetti Filho, preso desde o dia 15, suspeito de ter matado Claudia. O advogado Leandro Pistelli, que representa Franceschetti Filho, disse que aguarda acesso ao inquérito, que tramita em segredo de Justiça.
Também foram presos a filha, a irmã, o cunhado e o ex-marido de Claudia. O advogado Alisson Caridi, que representa a família dela, disse que espera liberação de acesso aos autos para verificar os fundamentos de prisão temporária.
A polícia considera que os suspeitos desviaram dinheiro para benefício próprio. A investigação, no entanto, não revelou a quantia que teria sido desviada da Apae. A entidade disse que abriu uma sindicância para verificar irregularidades nas finanças.
Os presos são investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Todos foram presos temporariamente por cinco dias.
Durante a ação, policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços em Agudos, Bauru, Igaraçu do Tietê e Pederneiras. Foram apreendidos notebooks, celulares, veículos, joias, dinheiro, armas de fogo e munição.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, as investigações seguem em andamento "para o completo esclarecimento dos fatos".
O desaparecimento da secretária-executiva da Apae foi o ponto de partida para as investigações que culminaram na operação desta terça.
Claudia desapareceu no dia 6 de agosto. No final daquele mês, a Polícia Civil concluiu que a funcionária foi assassinada, e que o crime teria sido motivado por disputa de poder e desvios de valores do caixa da entidade.
Os investigadores encontraram imagens que mostram Franceschetti Filho em um veículo Chevrolet Spin junto de Claudia no dia do desaparecimento da vítima.
Em outra gravação, o veículo aparecia circulando até a região do bairro Pousada da Esperança e a rodovia Cesario José de Castilho (Bauru-Arealva), onde fica uma chácara na qual papeis e outros materiais da Apae são incinerados.
De acordo com a investigação, Franceschetti Filho mandou um funcionário colocar fogo no corpo da vítima. À polícia, o homem indicou onde teria espalhado pedaços de ossos da vítima pelo terreno da chácara. Os policiais recolheram os ossos e já foi comprovado que se trata de material humano.
O funcionário responde em liberdade por fraude processual e ocultação de cadáver porque, segundo a Polícia Civil, ao menos por enquanto não há indícios da participação dele no planejamento e execução do crime.
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